Por meio do Departamento Jurídico, o Atlético respondeu ao pedido feito pelo conselheiro Cláudio Utsch de afastamento do presidente do Conselho de Ética e Disciplina do clube, o desembargador Jorge Berg, alegando irregularidade. Nesta quinta-feira (15), o departamento enviou a carta afirmando não ter responsabilidade em cima do tema citado por Utsch.
No documento, enviado no dia 7 de dezembro ao presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Ricardo Guimarães, e ao presidente do clube, Sérgio Coelho, Utsch afirma que Jorge Berg, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais, não poderia fazer parte do Conselho de Ética. Ele se baseou no número 35 de 7 de janeiro de 2019 do Conselho Nacional de Justiça.
"Todos os magistrados brasileiros, exceto os ministros do STF, devem se abster de exercer funções, ainda que de caráter honorífico, consultivo e sem remuneração, em conselhos, comitês, comissões ou assemelhados, de natureza política ou de gestão administrativa de serviços vinculados a poder ou órgão estranhos ao Poder Judiciário, inclusive em Conselhos de Segurança Pública”, escreveu Utsch.
Já a resposta enviada nesta quinta-feira (15) foi assinada pelo Departamento Jurídico do clube ao presidente do Atlético, à presidência do Conselho Deliberativo e do Conselho de Ética, e também ao conselheiro Cláudio Utsch, autor do requerimento.
“Em relação ao pedido de afastamento imediato do Presidente do Conselho de Ética e Disciplina do Clube, recomenda-se seja o caso encaminhado ao próprio Conselho de Ética e Disciplina para opinar nos termos do artigo 59 do Estatuto”, diz a carta assinada pelo Departamento Jurídico do Atlético nesta quinta-feira.
O artigo do Estatuto do Torcedor, citado no documento enviado nesta quinta-feira (15), discorre sobre as responsabilidades do Conselho de Ética. Dentre as sete atribuições, o texto afirma ser função do conselho “examinar os nomes indicados para o preenchimento de vagas” e “recomendar a cassação de qualquer membro”.
A briga nos bastidores do Conselho Deliberativo do Atlético parece estar longe de um fim e foi aquecida desde a chegada de Ricardo Guimarães à presidência. O assunto também corre no Ministério Público de Minas Gerais, que deve investigar, após o pedido do ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil, as supostas irregularidades na última eleição do conselho.