Quando a bola rolar para Cruzeiro e Racing neste sábado (23), às 17h, no estádio La Nueva Olla, em Assunção, no Paraguai, na decisão da Copa Sul-Americana, um 'duelo de estilos' também estará em campo, envolvendo os treinadores Fernando Diniz e Gustavo Costas.
Os comandantes das equipes finalistas possuem estilos de jogo bem diferentes. Assim como também histórico distinto à frente de suas equipes.
Enquanto Fernando Diniz, que teve curta passagem como jogador pela Raposa, na época em que atuava como meia-atacante, apenas inicia sua caminhada como técnico do Cruzeiro, Gustavo Costas foi ídolo da torcida do Racing como jogador (atuava como zagueiro) e já soma três passagens como treinador da equipe argentina.
Com diferença de idade de 11 anos - Diniz tem 50 e Costas, 61 -, os dois atuaram simultaneamente como jogadores durante um curto período, já que o argentino encerrou sua carreira em 1997. Diniz só penduraria as chuteiras em 2008.
Já na função de treinador, enquanto Gustavo Costas já começou no próprio Racing dois anos depois de abandonar os gramados, Fernando Diniz iniciou no modesto Votoraty e teve que 'rodar' muito até chegar a uma equipe considerada da elite do futebol brasileiro.
Outra questão importante é que enquanto Diniz atuou apenas no futebol brasileiro, Costas comandou equipes de oito países diferentes: Argentina,
Paraguai, Peru, Arábia Saudita, Equador, Colômbia, México e Chile.
Por outro lado, em comum eles têm o fato de chegarem a dirigir seleções nacionais: Diniz teve breve passagem à frente da seleção brasileira; Costas dirigiu o selecionado boliviano.
Mas é no modelo de jogo que se encontra a maior diferença entre os dois treinadores.
As equipes de Fernando Diniz geralmente valorizam o toque de bola e procuram evitar os chutões, mesmo em momentos de pressão alta dos adversários. Neste sentido, a saída de bola desde a defesa, contando com a participação inclusive do goleiro, é uma constante.
O chamado "Dinizismo" prega a saída curta de bola para atrair a marcação, e, com passes curtos, 'quebrar linhas' do adversário.
Já as equipes de Gustavo Costas geralmente jogam com uma linha de três na defesa, cinco meio-campistas e dois atacantes.
O treinador argentino tenta agrupar seus jogadores no meio-campo e atacar pelas beiradas, sempre buscando o centroavante. Desta forma, se torna forte nos contra-ataques, mas também tem ênfase nas jogadas de bola parada.
Perfis dos comandantes:
Fernando Diniz (50 anos), técnico do Cruzeiro
Nascimento: 27/03/1974, em Patos de Minas
ex-meia, técnico desde 2009
Clubes que dirigiu: Votoraty, Paulista, Botafogo (SP), Audax, Paraná, Oeste, Guarani, Athlético-PR, Fluminense, São Paulo, Santos, Vasco, seleção brasileira, Cruzeiro.
Principais títulos: Carioca 2023, Libertadores 2023, Recopa Sul-Americana 2024, todos pelo Fluminense
Gustavo Costas (61 anos), técnico do Racing
Nascimento: 28/02/1963, em Buenos Aires, Argentina
Ex-zagueiro, técnico desde 1999
Clubes que dirigiu: Racing (ARG), Guaraní, Cerro Porteño e Olímpia (PAR), Alianza (PER), Al-Nassr e Al-Fayha (Arábia), Barcelona (EQU), Independiente Santa Fe (COL), Atlas (México), Palestino (Chile) e seleção da Bolívia.
Principais títulos: Peruano 2003 e 2004 pelo Alianza, Paraguaio 2005 pelo Cerro Porteño, Equatoriano 2012 pelo Barcelona, Colombiano 2014 e 2015 pelo Independiente Santa Fe