Dois árbitros de boxe que atuaram nas Olimpíadas de Paris foram afastados das competições sob suspeita de envolvimento em corrupção. A informação foi revelada, nesta semana, pelo jornal britânico The Times, que identificou os cazaques Alisher Altayev e Yermek Suiyenish como os oficiais envolvidos.
Os juízes estiveram à frente de cerca de 50 combates, incluindo quatro que contaram com a participação de atletas brasileiros. Um dos confrontos polêmicos foi a semifinal entre a brasileira Bia Ferreira e a irlandesa Kellie Harrington, apitada por Suiyenish, onde Bia acabou derrotada e ficou com a medalha de bronze.
Ainda conforme o The Times, os dois árbitros foram afastados no dia 4 de agosto, antes do encerramento das competições olímpicas. Altayev e Suiyenish, arbitraram 25 e 21 lutas, respectivamente. Um relatório enviado ao Comitê Olímpico Internacional (COI) indicava que Altayev apresentava "alto risco" para envolvimento em corrupção, enquanto Suiyenish era classificado como "risco médio". Mesmo assim, ambos foram mantidos na arbitragem de diversas lutas nos Jogos Olímpicos de Paris.
As suspeitas de corrupção não param por aí. Além de Altayev e Suiyenish, outros nove árbitros do boxe estão sob investigação por possíveis atos ilícitos durante as Olimpíadas de Paris 2024. Até o momento, nem o COI nem a Federação Internacional de Boxe emitiram declarações oficiais sobre o caso.
A polêmica também repercutiu na Itália, onde o jornal Corriere della Sera destacou a atuação de Altayev na luta entre a italiana Irma Testa e a chinesa Xu Zichun, na fase preliminar. Testa, que foi bronze em Tóquio, perdeu por pontos para a adversária e chegou a questionar a imparcialidade dos árbitros após o combate.