A Copa Michelin de mountain bike, assim como muitos eventos esportivos ao redor do mundo, também foi afetada pela pandemia do coronavírus. Depois da etapa de Araxá, que abriu a temporada, em março, a organização ainda não sabe quando novas disputas poderão acontecer. O trabalho segue firme no propósito de realizar as outras etapas, com toda a segurança possível, seguindo os protocolos para levar tranquilidade e confiança a todos os envolvidos.

A ideia é que a etapa de Taubaté seja realizada entre 28 e 30 de agosto, como inicialmente planejado. A organização aguarda pela autorização dos responsáveis pela área de saúde para abrir as inscrições. O evento chega a 25 anos de existência em 2020 como um dos mais importantes do país, valendo pontos no ranking internacional e contando com algumas referências do planeta na modalidade. 

É certo que um outro formato de competição precisará acontecer, com muitas mudanças sendo necessárias para o bem-estar de todos. A aglomeração de centenas de ciclistas na linha de largada, por exemplo, é algo que será repensado, assim como outros fatores. 

“Tudo será estudado junto com pessoas da área da saúde que conhecem o evento e tem o hábito de pedalar. Mas, dentre as medidas estão, maior distanciamento entre as máquinas de lava-bike, bolsão de largada maior, alinhamento com cinco atletas por linha, pódio apenas com o campeão, dentre outras providências”, comenta o organizador Rogério Bernardes. O evento vai ter o 'novo normal' transformado, com a certeza de que tais medidas são primordiais. 

“Iniciamos a elaboração de protocolos que poderão fazer parte deste ‘novo normal’ dentro das competições de mountain bike. Para isso, além de ter como base eventos que já estão acontecendo nos Estados Unidos e Europa, também estamos buscando informações através de profissionais da saúde que pedalam e conhecem o universo do mountain bike para que este possa ser um protocolo referência também para outras competições”, reforça. 

Hercília Najara é presença constante nos eventos. Além de ciclista nas horas vagas, ela ganha a vida como enfermeira, ciente das recomendações que são primordiais em eventos deste porte e com as características da Copa Michelin. “O mundo da bike vai voltar, mas talvez com um número reduzido. Eu diria que se a organização conseguir ter o controle de temperatura das pessoas e se preocupar com pontos importantes para manter o distanciamento das pessoas, eu me sentiria segura para participar da prova sem nenhum problema”, indica a profissional de saúde, que também atua como professora universitária, mestre e está concluindo doutorado na área. 

A ideia é que a etapa de Taubaté se confirme, com o local de escolha da prova sendo uma vantagem para que a disputa seja realizada com segurança. “As condições que Taubaté proporciona, começando pelo Parque Vale do Itaim que é amplo, são muito favoráveis. Estou motivado buscando informações para que a competição se torne também referência para outros eventos”, afirma Bernardes. Depois de Taubaté, estão programadas etapas em Petrópolis (RJ), entre 6 a 8 de novembro e Congonhas (MG), entre 4 e 6 de dezembro.