A Polícia Civil de Minas Gerais solicitou o arquivamento do inquérito que investiga o assassinato de Bianca dos Santos Faria. Após sair de casa para comprar pão, a menina, de 11 anos, foi violentada sexualmente e asfixiada. O corpo da garotinha foi encontrado em um matagal. O crime ocorreu em maio de 2012, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

Se esse pedido for acatado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) essa será a segunda vez que o caso será encerrado sem que autoria do homicídio seja apontada.

Ao longo do tempo, a Polícia Civil já solicitou três vezes ao Poder Judiciário o arquivamento do caso. Contudo, no ano passado, um dos pedidos foi negado. Neste mês, uma nova solicitação de encerramento do inquérito foi solicitada. O caso, atualmente, é acompanhado pela Promotoria de Justiça de Santa Luzia. O órgão ainda não se pronunciou se vai acatar esse pedido. 

Enquanto isso, a mãe da menininha, a técnica de enfermagem Márcia dos Santos, de 42 anos,  com a foto da filha nas mãos, chora devido a possibilidade de mais um arquivamento do processo. 

"Como um caso é encerrado sem que o autor do crime seja preso? A minha filha foi brutalmente assassinada. Uma criança, de 11 anos, que não era nem moça ainda. O caso é encerrado como se não fosse nada. Isso é revoltante e me deixa magoada. Entra ano e sai ano e é sempre a mesma coisa, o culpado nunca é descoberto. Existe um culpado, que culpado é esse que não aparece? O caso será arquivado até que encontre novas pistas para poder investigar. Para mim isso é revoltante", disse muito emocionada Márcia Santos.      


 Encerramento do inquérito x Reabertura do caso x Pedidos de arquivamento  

A primeira investigação foi realizada na época do ocorrido, em 2012. Contudo, o caso foi arquivado, pela primeira vez, por falta de provas. Em junho, de 2023, munida de novos indícios a mãe da menininha, Márcia dos Santos procurou a Polícia Civil.

A mulher apontou para os agentes de segurança o nome de um possível suspeito. O homem havia prestado serviço na casa da família da criança dias antes do ocorrido.

O suspeito já estava nos holofotes da Justiça porque era apontado pela polícia como o possível assassino de uma menina, de 10 anos. A criança também foi encontrada morta um matagal com marcas de violência sexual. Esse crime aconteceu em julho, de 2022, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

Por conta dessa suspeita, o Ministério Público ordenou a reabertura do inquérito para a realização de novos exames laboratoriais. O laudo pericial para apontar autoria do crime foi inconclusivo. O principal suspeito cometeu autoextermínio, o que impossibilitou novos indiciamentos e novos confrontos periciais. 

Por conta disso, A Polícia Civil solicitou, pela segunda vez, o arquivamento do caso sem apontar o autor. O Ministério Público, por sua vez, não acatou a solicitação e ordenou que a instituição realizasse novas diligências. Por isso, o caso continuou aberto e as investigações prosseguiram. 

Neste mês, a Polícia Civil solicitou, pela terceira vez, o arquivamento do inquérito ao Poder Judiciário. "Novas diligências solicitadas pela Ministério Público já foram realizadas e não alteraram a conclusão do inquérito. A PCMG ressalta que, em havendo novos fatos, a investigação do caso poderá ser reaberta", pontuou um trecho da nota da instituição. 


Nota na íntegra: PCMG

 " A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que o inquérito que apurou a morte de uma menina de 11 anos, em maio de 2012, na cidade de Santa Luzia (MG), foi finalizado e remetido ao Poder Judiciário, com pedido de arquivamento, tendo em vista que o laudo pericial para apontar a autoria do crime foi inconclusivo, e que o principal suspeito veio a óbito, impossibilitando assim o indiciamento e novos confrontos periciais. Novas diligências solicitadas pelo Ministério Público já foram realizadas, e não alteraram a conclusão do inquérito. A PCMG ressalta que, em havendo novos fatos, a investigação do caso poderá ser reaberta".