O governo de Minas Gerais afirmou, nesta sexta-feira (28 de fevereiro), que mantém os canais de diálogo abertos para “entender os desejos e demandas dos servidores”. A declaração vem após as forças de segurança realizarem um protesto no centro de Belo Horizonte nesta tarde. A categoria promete implantar uma operação de “estrita legalidade” durante o Carnaval, suspendendo parte dos serviços e cumprindo apenas o determinado em lei

Ainda nesta sexta-feira, o presidente do Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais (Sindppen/MG), Jean Otoni, afirmou que o objetivo da manifestação era “dar um recado ao governador Romeu Zema (Novo)”. “O governador Romeu Zema prometeu uma ajuda de custo para a alimentação e não cumpriu. Ele também não deu uma resposta para as forças de segurança sobre a recomposição dos salários, que estão todos defasados em mais de 40%”, disse ele.

No entanto, em nota, o governo de Minas Gerais ressaltou que o que persiste é “uma situação financeira grave vinda de más administrações anteriores” e que já houve “inúmeros avanços”, sem dar mais detalhes. “As decisões atuais são sempre responsáveis para garantir a ordem e a sustentabilidade das contas públicas”, finalizou.

Cartilha

Um documento entregue no protesto desta sexta-feira afirma que o objetivo do ato é "arrancar" do governador de Minas Gerais a recomposição das perdas inflacionárias, já reconhecidas pelo próprio Executivo.

"O governo de Minas obteve um saldo positivo de R$ 5 bi em 2024 e, ainda assim, afirma que não há nenhum centavo para conceder a recomposição das perdas inflacionárias, que está assegurada na Constituição. Enquanto aumentou seu próprio salário, o do vice e de seus secretários em 298%, Romeu Zema concedeu migalhas de 4,62% de recomposição para os servidores da segurança pública, que amargaram quase 45% de perdas inflacionárias. Além disso, ele está utilizando o dinheiro da recomposição para financiar obras eleitoreiras", diz a cartilha. 

Para a categoria, o governo "só entende uma coisa: pressão, pressão e mais pressão". Como as forças de segurança não podem fazer greve, as operações de redução do trabalho seguem a estrita legalidade prevista na Constituição Federal. 

Com Lucas Gomes