Diante do aumento de 32% na incidência da Covid-19 em Belo Horizonte e da chegada do frio intenso, que torna mais comum a permanência de pessoas em ambientes sem circulação de ar, um dos mais conceituados infectologistas de Minas, o médico Carlos Starling recomenda a volta imediata do uso das máscaras de proteção, sobretudo em locais fechados, como escolas, faculdades, igrejas, locais de trabalho e ônibus, cujo uso segue obrigatório, mas é desrespeitado.

Starling integrou o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 de Belo Horizonte, encerrado em março deste ano. “Senão por obrigatoriedade, por bom senso. Estamos vendo uma circulação cada vez maior de variantes, com capacidade de transmissão muito maior. Nessa época, é bom lembrar, há um aumento importante da circulação de vários outros vírus de transmissão respiratória, que são também suscetíveis ao uso de barreiras, como a máscara, a higienização de mãos, e a manutenção de distanciamento”, afirmou.

O especialista lembrou que a variante ômicron reduz a capacidade das vacinas para abaixo de 50% após três meses da aplicação ou da infecção natural. “Então, flexibilizar não significa banalizar. A banalização dos cuidados, principalmente em lugares fechados, pode nos remeter a momentos muito ruins que vivemos. É momento de preocupação e de atenção e de retornar com cuidados que já conhecemos”, finalizou.

Volta das máscaras

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que o retorno da obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados pode ocorrer. "Caso seja necessário e com base em dados epidemiológicos e evidências científicas, medidas serão prontamente adotadas, inclusive com revisão dos protocolos sanitários e retorno da obrigatoriedade das máscaras", explicou a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).

Enquanto nenhuma decisão é divulgada, a SMSA enfatiza que é "fundamental que a população colabore e entenda que usar a máscara é uma proteção pessoal e das pessoas próximas, evitando a propagação do vírus e garantindo a segurança de todos".

Em relação à obrigatoriedade do uso de máscaras em ônibus, que segue mantida, mas é descumprida, a gestão lembrou que a Guarda Municipal faz rondas "em toda a cidade" para garantir a ordem pública e a segurança preventiva dos cidadãos nos equipamentos públicos municipais e no entorno deles.

"Tais rondas incluem as estações do Move e as imediações de cabines de embarque, podendo os agentes serem acionados pelos motoristas, nos casos em que houver resistência do passageiro em utilizar a máscara dentro do coletivo", completou.