Depois de mais dois meses ocupada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a avenida Raja Gabaglia, em frente à sede da 4ª Região Militar do Exército, no bairro Gutierrez, na região Oeste de Belo Horizonte, amanheceu vazia neste sábado (7/1) de muita chuva. Na sexta-feira, a Prefeitura de Belo Horizonte coordenou operação para desobstrução da via e retirada de toda a estrutura que mantinha o acampamento dos manifestantes que protestavam contra o resultado das eleições presidenciais de 30 de outubro. Apesar da operação de desobstrução da via, cerca de 50 pessoas voltaram a ocupar a avenida Raja Gabaglia no final do dia de ontem, mas hoje pela manhã, o local estava vazio.
A operação da prefeitura, com a presença de agentes da Guarda Municipal e da BHTrans e fiscais da subsecretaria municipal de Fiscalização e servidores da procuradoria-geral da PBH, terminou com manifestantes revoltados com o desmonte do acampamento que protagonizaram um lamentável episódio de agressão a jornalistas de diversos veículos de comunicação que cobriam a desocupação da avenida. A Secretaria Municipal de Segurança Pública negou que houve negligência por parte da Guarda Municipal em episódio de agressão a jornalistas.
Já a Polícia Militar esteve presente durante a operação da prefeitura, mas não atuou para coibir os protestos e agressões a jornalistas. A corporação, inclusive, não estava mais no local quando os ataques aconteceram. No entanto, a prefeitura de BH afirmou que a Polícia Militar foi devidamente comunicada. Por meio de nota à imprensa, a PM esclareceu que realizava “policiamento preventivo” em apoio à operação do Executivo municipal. Em contrapartida, o governo do Estado informou que a Polícia Militar esteve presente em apoio à ação. A operação de sexta evidenciou o mal-estar entre a Guarda Municipal e a Polícia Militar de Minas Gerais. Em relação às agressões aos jornalistas que cobriam a operação, o governo de Minas, por meio de nota, lamentou o episódio.
A Guarda Municipal informou, durante coletiva de imprensa, na sexta à tarde, que pessoas armadas foram identificadas e que o grupo acampado tinha alto poder de organização, inclusive financeiro, com manifestantes pagos para permanecerem na avenida Raja Gabaglia todos esses meses.