O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem um café da manhã previsto com o governador em exercício, Mateus Simões (Novo), na Cidade Administrativa, nesta quinta-feira (26 de junho). Assim que desembarcar no aeroporto de Confins, Bolsonaro segue direto para a reunião com o vice de Romeu Zema, que está no comando do estado durante a missão oficial do governador no Japão. Simões também deve acompanhar Bolsonaro no compromisso seguinte: um almoço reservado com deputados federais e estaduais do PL, em um local que não teve o endereço divulgado para evitar aglomerações.

Na mesa, mais certo que pão de queijo, estarão os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida dos Estados (Propag) e a articulação da direita para as eleições do ano que vem em Minas. Segundo o deputado federal Domingos Sávio, presidente estadual do PL, o governo Zema pediu recentemente apoio não apenas da bancada mineira, mas também da bancada federal do PL para tentar derrubar os vetos - três deles considerados prioritários pelo Palácio Tiradentes. “Essa é uma questão importante, e o presidente Bolsonaro tem grande influência dentro do PL - e até fora dele. Uma boa parcela dos deputados federais ouve muito o que ele diz”, afirmou.  

A assessoria de Simões confirmou que há uma tentativa de união de esforços para derrubar os vetos do Propag. A votação estava marcada para acontecer na semana passada, mas o colégio de líderes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal concordaram em adiar a discussão devido à falta de acordo entre as bancadas e os estados para para decidir sobre a manutenção ou a derrubada dos 30 dispositivos vetados pelo Palácio do Planalto. A expectativa é que o tema seja discutido na próxima sessão conjunta do Congresso, prevista por Davi Alcolumbre para antes do recesso, em 17 de julho. 

As eleições do próximo ano em Minas são outro ponto da conversa. Em um café da manhã com jornalistas na segunda-feira (23 de junho), Simões - que também é pré-candidato ao governo - comentou os nomes ventilados na direita para a disputa, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o senador Cleitinho (Republicanos). Ele avaliou que seu momento político é mais favorável que o de Cleitinho e defende uma união da direita em torno de uma candidatura única. 

No “acordo da direita”, além de seu nome como candidato ao governo, Simões prevê uma vaga ao Senado para o PL - já que a outra estaria reservada ao secretário de Estado de Governo, Marcelo Aro (PP). O líder do PL em Minas foi categórico ao dizer que as eleições estarão na pauta do encontro, mas reforçou que nada será definido no dia. “Não é sentar para já definir aliança, Nós temos que ter prudência para isso. Até porque, o PL tem nomes com potencial e que não estão descartados, como o Nikolas”, disse.  

Encontro do PL 

Bolsonaro chegou a cogitar cancelar a ida a Belo Horizonte após ter sido internado no final da semana passada, mas manteve a agenda. Para preservar sua saúde e focar nas discussões partidárias, o evento na Casa Pampulha, às 14h, terá entrada mediante retirada de ingresso e lotação máxima por questões de segurança.

Há a possibilidade de um telão ser instalado do lado de fora para quem não conseguir entrar, e Bolsonaro pode fazer uma aparição no final, acenando para os apoiadores de cima de uma caminhonete.