O vereador de Belo Horizonte Pedro Rousseff (PT) defende que o Partido dos Trabalhadores tenha um palanque forte em Minas Gerais para impulsionar a campanha à reeleição do presidente Lula (PT) em 2026. Conforme o parlamentar, o nome favorito da legenda é o do senador Rodrigo Pacheco (PSD), mas há outros viáveis caso Pacheco não aceite concorrer, como a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), o deputado federal Reginaldo Lopes (PT) e o ex-prefeito da capital mineira Alexandre Kalil (sem partido), que já teve apoio de Lula em 2022. Rousseff comentou sobre o cenário político para as próximas eleições durante entrevista ao programa Café com Política, exibido nesta segunda-feira (28 de julho) no canal no YouTube de O TEMPO.
De acordo com Rousseff, o presidente Lula terá a palavra final sobre qual candidato o PT irá apoiar em 2026 para o Governo de Minas. Até então, o nome do senador Rodrigo Pacheco vem sendo colocado pelo chefe do Executivo federal. Apesar de Pacheco ainda não ter confirmado publicamente a intenção de se candidatar, o parlamentar tem acompanhado o presidente durante suas agendas em Minas Gerais e adotado discursos que indicam uma pré-candidatura.
“Se o Lula falar que é Rodrigo Pacheco, nós estamos com Rodrigo Pacheco. Vamos fazer campanha, vamos pedir voto e vamos ganhar. Porque o outro lado é o pior que existe do bolsonarismo, da hipocrisia e da má política. Ou seja, se for o Pacheco, estaremos com ele. Se não for, estaremos com quem o presidente Lula pedir”, diz Rousseff.
De acordo com o vereador, o “plano B” do PT vai depender do posicionamento de Pacheco. Caso haja uma negativa, há outros nomes que podem concorrer ao pleito e contarem com o apoio da legenda. Dentro do próprio Partido dos Trabalhadores, Rousseff cita a prefeita de Contagem, Marília Campos, e o deputado federal Reginaldo Lopes. Além deles, o vereador lembra da parceria em 2022 entre o presidente Lula e o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, que concorreu ao Governo de Minas com apoio dos petistas, mas acabou sendo derrotado por Romeu Zema (Novo).
“O fato é que nós precisamos ter um candidato que dê palanque para o presidente Lula e que não só ganhe em Minas Gerais contra o Nikolas e contra o Cleitinho, mas que também ajude na vitória do presidente contra Bolsonaro de novo”, argumenta.
Questionado sobre a possibilidade de disputar algum cargo em 2026, Pedro Rousseff disse que ainda não há definição, mas afirmou estar disposto a cumprir qualquer missão dada por Lula. O vereador negou também um suposto desconforto de outros parlamentares por conta de suas viagens e de sua atuação em bases eleitorais de outros deputados. “Não estou lá pra roubar base de ninguém. Estou lá pra pedir voto pro Lula”, afirmou.
Vereador minimiza divergências nas eleições do diretório do PT em MG: 'como toda eleição, todo mundo briga'
Recentemente, o PT passou pelo Processo de Eleições Diretas (PED), com imbróglios em Minas Gerais envolvendo a candidatura da deputada federal Dandara Tonantzin, apoiada pelo grupo de Reginaldo Lopes. Após a inscrição das chapas, foi descoberto que a parlamentar não teria feito o pagamento de uma dívida partidária dentro do prazo exigido pelas regras eleitorais da legenda. Ela alegou erro bancário, mas as instâncias de decisão do PT não consideraram os argumentos de Dandara.
A votação no estado acabou sendo adiada em uma semana em relação ao processo nacional, realizado no dia 6 de julho, após a Justiça determinar a participação de Dandara. Porém, a parlamentar optou por abrir mão da candidatura em busca de uma “unidade partidária”. Por fim, a deputada estadual Leninha foi eleita presidente do PT em Minas Gerais.
O vereador Pedro Rousseff minimizou os conflitos internos ocorridos durante o PED. Conforme o parlamentar, as disputas seriam naturais durante processos eleitorais, assim, o partido estaria unificado novamente.
“É normal ter briga. Assim como toda eleição, todo mundo briga. Mas terminou o nosso PED, nós estamos agora focados no ano que vem. O nosso 'racha' é durante as eleições internas; depois que acabou, está todo mundo junto de novo, porque não importam mais as eleições internas. O que importa agora é garantir o maior número de apoio e de voto para o presidente Lula. E isso independe se era com X, com Y ou com Z. O nosso trabalho, agora, é dar o máximo de apoio para a Leninha, para que ela faça um bom mandato como presidenta”, afirmou.
Medidas restritivas a Bolsonaro
Durante a entrevista ao Café com Política, Rousseff também comentou as investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defendeu medidas mais duras. Para ele, o uso de tornozeleira eletrônica já estaria defasado. “Tornozeleira era há dois anos. Tornozeleira era logo depois de ele ter articulado uma tentativa de golpe que destruiu Brasília. Agora não tem mais tempo pra tornozeleira. É jaula. É prisão”, afirmou, ao criticar as supostas articulações de Bolsonaro e de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), com aliados internacionais.