BRASÍLIA - A reunião do Fórum de Governadores que contaria com a presença do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), para tratar do tarifaço dos Estados Unidos contra os produtos brasileiros, foi cancelada devido ao baixo quórum. O encontro estava marcado para esta quarta-feira (30), em Brasília.
Na reunião, que contaria com representantes das 27 unidades federativas, cada estado mostraria de que forma será impactado com a sobretaxa de 50% imposta pelo presidente americano, Donald Trump, que entra em vigor nesta sexta-feira (1). Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, está na linha de frente das negociações pelo governo brasileiro.
Além disso, havia a intenção de nomear uma comitiva de governadores para acompanhar o vice-presidente nas tratativas diplomáticas com o governo dos EUA.
Porém, governadores de alguns dos estados mais ricos do país e ligados à direita, como Romeu Zema (Minas Gerais), Tarcísio de Freitas (São Paulo), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), descartaram participar da agenda. Outros, como Jorginho Mello (Santa Catarina), não haviam respondido. Entre os principais chefes estaduais de oposição ao governo Lula, apenas Ronaldo Caiado (Goiás) havia confirmado presença.
A baixa adesão dos governadores de direita gerou o cancelamento da reunião. A maioria deles tem pretensões eleitorais para 2026, como uma possível candidatura ao Palácio do Planalto e uma fotografia ao lado de Alckmin poderia gerar mal estar com o eleitorado antipetista.
As reuniões de Alckmin com os chefes dos governos estaduais devem ser retomadas na semana que vem, quando deve receber, também em Brasília, os governadores do Nordeste - dos quais a maioria é aliada do governo federal.
Reunião com as big techs
Nesta terça-feira, Alckmin recebeu representantes de grandes plataformas de tecnologia. Estavam representadas as empresas Meta, Alphabet (proprietária do Google), Amazon, Apple, Visa e Expedia, além de um representante da Secretaria de Comércio dos Estados Unidos cujo nome não foi divulgado.
A situação das big techs no Brasil também está no centro da decisão de Donald Trump de sobretaxar o Brasil e sancionar autoridades brasileiras. As empresas, que têm seus donos como aliados do presidente americano, entendem que a regulamentação das redes, que avança no Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser prejudicial às suas operações em território brasileiro.