O ministro da Casa Civil, Rui Costa, posicionou-se contra a desvinculação das aposentadorias do salário mínimo. A declaração foi feita durante entrevista à GloboNews. O representante do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) argumentou que tal medida prejudicaria milhões de idosos brasileiros.
"O desvincular significa que o aposentado não receberia mais o salário mínimo pago no mercado de trabalho. O salário mínimo no Brasil está no limite da mínima sobrevivência do ser humano. Não é razoável imaginar que uma pessoa que trabalhou a vida inteira, que contribuiu, chegue numa fase de 60, 70, 80, 90 anos e não tenha o mínimo para comprar seus alimentos, seus remédios", afirmou o ministro.
A manifestação de Costa ocorre em meio a debates sobre ajustes fiscais no governo federal. O ministro alertou sobre as possíveis consequências da medida para os aposentados. "Rever isso significa colocar milhares de pessoas idosas em condições desumanas, de não ter o mínimo nem para comer", declarou.
Durante a entrevista, o ministro também defendeu a revisão de benefícios concedidos a setores que, segundo sua avaliação, contribuem menos do que deveriam para a previdência social.
O governo federal mantém sua posição contrária à alteração da vinculação entre aposentadorias e salário mínimo, apesar das pressões por ajustes nas contas públicas. Costa mencionou que as contas públicas apresentam uma "melhoria significativa" e expressou expectativa pela redução da taxa básica de juros pelo Banco Central.
Sobre as metas fiscais do governo, o ministro foi direto: "A meta está garantida, tem compromisso fiscal do presidente da República", disse. "Trajetória do déficit é decrescente."
A equipe econômica do governo Lula tem sido criticada por supostamente priorizar o aumento da arrecadação em vez de implementar cortes de gastos estruturais. Entre as propostas rejeitadas pelo governo estão a desvinculação do salário mínimo das aposentadorias e o fim dos pisos constitucionais para investimentos em saúde e educação.