BRASÍLIA - Em meio às disputas internas no PSD de Minas Gerais provocadas pelas eleições de 2026, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ressaltou que não tem intenção de deixar o partido. A declaração foi dada nesta segunda-feira (1º/9) na esteira de flertes entre a legenda e o vice-governador e pré-candidato ao governo Mateus Simões (Novo).  

Pacheco voltou a criticar o que chamou de “tentativa desenfreada” de antecipar o calendário eleitoral. “Também vejo a disputa partidária se sobrepor aos interesses das pessoas. Da minha parte, continuarei trabalhando com foco nas questões mais urgentes e sem nenhuma intenção de mudança, seja das minhas convicções ou de legenda partidária”, ressaltou, em nota.

Cobiçado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Pacheco é pressionado internamente a decidir se será candidato ao governo de Minas Gerais. A indecisão do senador incomoda parte da cúpula estadual, que quer e articula a filiação de Simões para lançá-lo como candidato caso o senador opte por outro caminho.

Apesar de ter dado legenda ao ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (sem candidato) como candidato ao governo de Minas Gerais em 2022, o PSD está na base do governo Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa desde o início do mandato. Presidente estadual do partido, o deputado estadual Cássio Soares (PSD) lidera o bloco de governo.  

O ex-presidente do Senado ainda destacou que o PSD cresceu nos últimos anos em Minas Gerais graças a uma “obra coletiva”. “Ter o importante Ministério de Minas e Energia do governo Lula, além das eleições do saudoso Fuad Noman, em Belo Horizonte, e de mais 142 prefeitos, não foram obras do acaso, tampouco de terceiros”,  

Em recado também ao presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, Pacheco ressaltou que o partido não compactua com “nefastos ideais antidemocráticos, golpistas e radicais defendidos por representantes da extrema direita”. “Posição que, na minha visão, deve ser mantida e fortalecida (...)”, acrescentou.

Uma eventual saída de Pacheco do PSD ganhou corpo diante das sinalizações de Kassab em apoiar uma eventual candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à presidência da República. Desde então, o senador recebeu convites para se filiar ao MDB, ao PSB e ao União Brasil.