Em entrevista ao programa Café com Política, exibido nesta segunda-feira (1º/9) no canal de O TEMPO no YouTube, o vereador de Belo Horizonte Helinho da Farmácia (PSD) afirmou ser favorável à proposta de tarifa zero no transporte público da capital, mas ponderou que a medida precisa ser amplamente debatida para que não afaste empresas da cidade. “Sou totalmente a favor da tarifa zero, mas alguém vai ter que pagar essa conta”, destacou o parlamentar, que é da região do Barreiro.
O modelo de financiamento da tarifa zero em discussão na Câmara Municipal prevê que empresas com mais de dez funcionários arquem com os custos do vale-transporte. Helinho avalia que isso pode desestimular negócios em Belo Horizonte. “Os empresários vão querer colocar a empresa aqui?”, questiona. “Se você tem uma empresa em BH, pode muito bem levá-la para Nova Lima. Por isso, a discussão é ampla”. O vereador não tem posição definida sobre como votaria no projeto. “Ainda não tenho opinião formada porque tem muito diálogo pela frente”, disse.
Ainda na questão da mobilidade, o vereador apresentou um projeto que proíbe a redução dos horários de ônibus durante as férias escolares. “Durante o período de férias, as empresas diminuem o número de ônibus e deixam as pessoas esperando. A ideia é que elas continuem operando normalmente, porque tem gente que precisa trabalhar, viajar ou se deslocar mesmo com as férias escolares”, afirma. Segundo o vereador, a proposta é uma resposta a reclamações recorrentes da população, especialmente nos meses de janeiro e julho.
Helinho pontuou ainda que o problema do transporte público na capital passa pelo crescimento “desordenado” da cidade. Ele acredita que medidas como a expansão do BRT Move e o investimento em moradias populares ao longo das grandes vias podem ajudar a melhorar a mobilidade urbana, mas reforça que tudo depende de orçamento. “Isso precisa de recurso”, pontua.
Para sua região, o Barreiro, o vereador destacou a conquista da Linha 2 do metrô, que ligará Calafate ao Barreiro. “O metrô já é uma realidade. Era para ter vindo há 30 anos. Mas está chegando e vai ajudar demais a nossa região”, disse.
A previsão de conclusão da obra é 2028, mesmo ano em que vence o atual contrato de concessão do transporte coletivo da capital.
“Jamais votaria para fechar um hospital”, diz vereador sobre novo complexo na Gameleira
Um assunto polêmico, que já tem movimentado a comunidade do Barreiro, é a construção de um complexo hospitalar no Gameleira e que implicaria no fechamento de quatro unidades da rede Fhemig. Uma delas é o Hospital Eduardo de Menezes, que atende à região do Barreiro. A iniciativa não conta com o apoio do vereador Helinho da Farmácia que, no entanto, votou a favor da cessão do terreno municipal ao governo de Minas.
O projeto prevê a construção do Complexo de Saúde Hospital Padre Eustáquio (HoPE) no terreno do antigo Hospital Galba Veloso. Apesar do voto favorável à cessão do terreno, Helinho foi enfático ao afirmar que não concorda com o fechamento de unidades de saúde já existentes, como o Eduardo de Menezes.
“Jamais votaria para fechar um hospital. Hoje, se o governador falar que quer fechar, nós temos que fazer um movimento para não deixar isso acontecer”, declarou.
O projeto prevê que o novo complexo abrigue, de forma gradativa, atividades atualmente realizadas por outras unidades da Fhemig, como os hospitais Eduardo de Menezes, Alberto Cavalcanti, Odete Valadares e João Paulo II. Também está prevista a instalação do novo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MG) no local.
Gestão Álvaro Damião: “Começou arrumando a casa”
Aliado do atual prefeito Álvaro Damião (União Brasil), Helinho avalia positivamente o início da nova gestão municipal. “Ele começou arrumando a casa e vendo as demandas das regionais. No Barreiro, por exemplo, já assinou a instalação do Instituto Federal”, apontou. Segundo ele, apesar de divergências entre parlamentares sobre o local escolhido para o instituto, a área tem boa estrutura e acesso.
Questionado sobre as diferenças entre Álvaro e o ex-prefeito Fuad Noman, Helinho afirmou que ambos têm estilos distintos, mas que o atual chefe do Executivo tem “expertise maior na ponta”. Segundo o vereador, “ele conhece as pessoas que mais precisam, carrega isso com ele”.