Os anos de 2023 e 2024 na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte deveriam ser esquecidos, na avaliação do vereador Hélio Medeiros Correa (PSD), mais conhecido como Helinho da Farmácia. Esse foi o biênio da gestão de Gabriel Azevedo (sem partido), marcado por conflitos com o Executivo municipal e dentro da própria Casa legislativa.

A avaliação de Helinho da Farmácia foi feita durante entrevista ao programa Café com Política, exibida nesta segunda-feira (1/9) no canal de O TEMPO no YouTube. Para o vereador, a Câmara Municipal tem um papel fundamental para o crescimento da cidade, o que fica comprometido quando a legislatura é permeada por conflitos, embates e falta de consenso. 

Apesar da crítica ao passado recente, Helinho fez elogios à atual gestão do presidente Juliano Lopes (Pode), eleito em janeiro deste ano. Segundo o vereador, o novo comando da Casa tem atuado de forma mais conciliadora. “Juliano é um cara que busca o diálogo, sempre está fazendo isso com todos os vereadores. É isso que a gente espera do presidente”.

Combate à polarização e “propostas de TikTok”


Mesmo com a contemporização do atual presidente da Câmara, a polarização política, segundo Helinho, tem atrapalhado o trabalho dos parlamentares a ponto de impulsionar a criação da Frente “Voz BH”, um bloco de nove vereadores que busca frear a nacionalização do debate no Legislativo local.


O vereador criticou o que ele chama de “projetos de TikTok”, propostas que, na sua visão, não têm relevância para a cidade e servem apenas para buscar “like” nas redes sociais. “Não dá para ficar jogando para a plateia. Aquilo ali é muito caro”, declarou. O objetivo da frente, segundo ele, é focar em projetos que realmente impactam a vida das pessoas que moram na cidade. 


“A ideia desse bloco não é ir contra vereador nenhum, não é fazer pressão em prefeito, não é fazer pressão no nosso presidente da Câmara. A ideia é focar nos projetos bons para a cidade e analisar. Se vier um projeto bom, nós estamos juntos para votar. Se vier um projeto que não interessa, se vier projeto de tik tok, só pra fazer barulho, aí não”, reforçou.

2026: fora da disputa, mas de olho no futuro

A polarização intensa da política no país é um dos entraves para um projeto em 2026. Helinho afirma que não deve se candidatar no ano que vem, pois a disputa marcada pela polarização não é seu perfil.


“Eu não serei candidato em 2026. Eu acho que vai ser uma eleição polarizada. Eu não tenho esse perfil. O meu perfil é de trabalho, de resultado, de entrega.”


Apesar disso, Helinho da Farmácia deixou claro que não descarta projetos futuros na política. Por ora, diz que sua prioridade é cumprir o mandato de vereador e avançar em uma antiga promessa de campanha: a instalação de um centro de hemodiálise na região do Barreiro.


Para 2026, Helinho vê Rodrigo Pacheco como ‘o mais preparado’ para o governo de MG


Mesmo fora da disputa, Helinho já definiu seus apoios para o próximo pleito. Ele declarou que fará campanha para Adalclever Lopes, como deputado estadual, e Diego Andrade, como federal, ambos do seu partido, o PSD.


Diego Andrade é um dos nomes cotados nos bastidores para disputar o governo de Minas. Ao ser questionado a respeito, Helinho vê com bons olhos a possibilidade. “Diegão é um nome forte, trabalhador. Não é radical, é um cara que busca o diálogo. Ele diz o que está pensando.”


Mas, para o atual vereador, o melhor nome da legenda para a disputa ao Palácio Tiradentes seria o do senador Rodrigo Pacheco (PSD). “Dentre eles, para mim, o Rodrigo Pacheco é o mais preparado. Um cara centrado, que busca o diálogo.”


“Não vejo o nome do Mateus no PSD”


O vereador também comentou a possível filiação do vice-governador de Minas, Mateus Simões (Novo), ao PSD, já que essa é uma especulação que tem circulado nos bastidores da política. Helinho, no entanto, não acredita que o movimento esteja em curso. Segundo ele, a eventual entrada de Simões poderia esbarrar na prioridade que o PSD já estaria dando a Diego Andrade ou a Rodrigo Pacheco.


“Mateus é um bom nome.  É batalhador, trabalhador, sério. Mas eu não vejo o nome dele no PSD, não. Sondou só. Mas não teve essa articulação de convidá-lo, talvez por conta do Diego, que seria o nome”.