Empossado no início de agosto, o novo secretário de Educação de Minas Gerais, Rossieli Soares, negou qualquer mal-estar com seu antecessor, Igor de Alvarenga, e afirmou que não pretende promover grandes mudanças na estrutura da pasta. As declarações foram dadas durante entrevista ao programa Café com Política, do canal O TEMPO, exibido nesta terça-feira (2/9).

Rossieli afirmou que conhece o antecessor há alguns anos e destacou que também é ex-secretário. “Acabei de sair de um estado, já saí de outros, e se eu voltasse para os mesmos estados que eu participei, eu faria coisas diferentes. Não tem nenhum secretário de nenhum lugar que vá acertar tudo. Isso é um processo de melhoria, e acho que todos os secretários que passam deixam alguns tijolinhos para uma edificação, que é complexa e de muitas décadas", avaliou.

O líder da pasta da Educação elencou projetos que considera positivo da gestão passada, como o Trilhas de Futuro, que oferta cursos técnicos aos estudantes e egressos do ensino médio gratuitamente. "Obviamente que o Igor tem um perfil, eu tenho outro, isso é da natureza. Mas acho que o Igor, por exemplo, que inclusive apresentou um resultado importante aqui na alfabetização, tem a questão do 'Trilhas', tem uma série de políticas que são importantes, que já foram feitas. Quem vier depois dele, que no caso estou eu, precisa colocar outros tijolos, melhorar aqueles, revisar alguma coisa", completou.

Rossieli avaliou que mudanças são necessárias no decorrer do tempo e disse que irá fazer algumas "correções" na pasta. “Acho que todo o tempo, todo o tempo tem coisa para corrigir. Por exemplo, a coisa mais importante que eu identifiquei para este primeiro momento é o foco. A gente tem que ter foco na aprendizagem, porque às vezes a gente acaba olhando para um monte de outras coisas e lotando a vida do professor, que já tem uma carga pesada. E aí ele não consegue ter foco no processo de aprendizagem", avaliou.

Mudança no SIMAVE

O novo secretário adiantou que uma das “correções” será reduzir o excesso de avaliações aplicadas aos alunos, com a mudança da faixa etária em que ocorre o SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação e Equidade da Educação Pública). "Nós vamos mudar o ano do SIMAVE, que é o sistema de avaliação aqui de Minas Gerais, que é muito importante, que nos dá um parâmetro de qualidade de educação, mas ele é no 3º ano. Neste ano, no 3º ano, o aluno tem a avaliação do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que ocorre nos últimos dez dias de outubro e na primeira semana de novembro, tem o Enem e ele tinha o SIMAVE. Você fica praticamente um mês e meio só com a escola envolvida em avaliações com o aluno do terceiro ano do ensino médio. E o aluno nem entendendo o porquê disso". 

Segundo ele, a ideia é transferir a avaliação para o primeiro ano do ensino médio, aliviando a carga do último ano e permitindo identificar as habilidades e competências que ainda precisam ser desenvolvidas pela escola.

"É um tipo de revisão que eu faço. Daqui a quatro anos, isso que eu estou fazendo ainda faz sentido? Acho que o gestor que estiver aqui daqui a quatro, cinco, dez anos tem que revisar de novo. O problema não é revisar. Não há nenhum mal-estar em se revisar", reforçou.

Segundo o secretário, a transição na pasta foi rápida e tranquila, com mudanças apenas na chefia de gabinete e na secretaria adjunta. "Os subsecretários não foram alterados. Nenhum. Até agora, nós tivemos só a secretária adjunta que veio junto comigo, que é mineira, trabalhava comigo lá no Pará, trabalhou em São Paulo, tem uma larga experiência, inclusive dentro dos governos de Minas. E a chefia de gabinete. O restante da equipe toda é da própria secretaria. Não tem mudança", destacou.

Assista a entrevista na íntegra abaixo:

Com redação de Salma Freua