O racha entre o vereador Gabriel Azevedo (sem partido), presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, e os vereadores do grupo chamado de "Família Aro", que inclui nove vereadores, continua provocando incertezas nas votações do Legislativo da capital. 

Cerca de 200 requerimentos foram incluídos pelos vereadores na pauta de votação para inviabilizar a análise de qualquer projeto.

A expectativa desde a semana passada era votar o veto do prefeito Fuad Noman (PSD) ao projeto apresentado pelo ex-vereador e atual deputado federal, Nikolas Ferreira (PL). 

Mas um processo de obstrução iniciado pelo vereador Irlan Melo (Patriota) e que recebeu apoio de vereadores da família Aro, apos desavenças desse grupo com o presidente da Câmara travou a pauta do Legislativo municipal.

Desta forma, os vereadores de Belo Horizonte não votam nada, nem os projetos de interesse do governo e nem aqueles que seriam prioridade na Câmara.

Irlan Melo afirma que só vota alguma coisa após acordo com a prefeitura sobre a liberação de subsídio aos ônibus do transporte suplementar, que foi vetado pelo prefeito Fuad Noman (PSD). 

Na manhã desta sexta-feira (14), o vereador Gabriel Azevedo (sem partido) se reuniu com Irlan Melo para tentar uma solução. Mas até o almoço a situação seguia incerta.

Nos bastidores, poucos acreditam em uma solução para hoje. A análise, segundo um assessor da base do governo, é a hora é de "reconstrução e juntar os cacos" e que a expectativa é deixar a poeira baixar e evitar polêmicas.

Na noite desta quinta-feira (13) o vereador Gabriel Azevedo se reuniu com a vereadora Flávia Borja (PP) e gravou um vídeo pedindo desculpas por excessos cometidos durante a semana. Na tarde, a vereadora tinha liderado um protesto em plenário contra atitudes "absolutistas" praticadas pelo presidente da Casa.

Mas, na Câmara, a sensação ainda é de "pisar em ovos". Segundo vereadores, apenas o veto ao projeto de linguagem neutra pode ser votado, por ser prioridade da bancada cristã, liderada por Irlan.

Mas isso só irá acontecer se houver avaliação de que existem votos suficientes para manter a proposta. Depois disso, haverá obstrução com os requerimentos.