BRASÍLIA - O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) desembarca em Washington, capital dos Estados Unidos, em busca de novas sanções do governo do presidente Donald Trump para pressionar a extinção do processo de golpe, que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como réu. A intenção é insistir no discurso de que apenas medidas financeiras, como o último “tarifaço” de 50%, não serão suficientes.  

As informações são da coluna de Mariana Sanches, do portal Uol. Eduardo deve cumprir agendas ao lado do jornalista Paulo Figueiredo, que também diz ser vítima de perseguição da Justiça brasileira. Eles devem se reunir com o conselheiro-sênior do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, Ricardo Pita. Também há expectativa de que eles sejam recebidos na Casa Branca. 

Eduardo tem declarado que as sanções anunciadas por Trump são consequência da atuação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes contra sua família. O objetivo do deputado licenciado, que está nos EUA desde março, é cobrar anistia ao pai e aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 como condição para que Trump ceda nas sanções. 

O presidente dos Estados Unidos adotou, na última semana, um tom crítico ao STF, com citações diretas a Jair Bolsonaro. Trump diz que o ex-presidente é alvo de uma “caça às bruxas” e pediu que ele seja deixado em paz. Com essa mesma motivação, anunciou, na quarta-feira (9), uma tarifa extra de 50% sobre as exportações brasileiras

O discurso ganhou a adesão de diferentes órgãos ligados ao governo Trump. “Trump enviou uma carta impondo consequências há muito esperadas ao Supremo Tribunal de Moraes e ao governo Lula, em resposta aos ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio dos EUA. Esses ataques são vergonhosos e desrespeitam as tradições democráticas do Brasil. As declarações do presidente Trump são claras. Estamos acompanhando de perto a situação”, publicou a Embaixada dos EUA no Brasil. 

Na segunda-feira, Eduardo também afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que não pretende voltar ao Brasil após o fim de sua licença parlamentar, cujo prazo se encerra no próximo domingo (20). Ele se afastou da atividade parlamentar em maio, quando anunciou que passaria a morar nos EUA em busca de sanções contra Moraes, e virou alvo de um inquérito.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem se reunido para buscar uma saída diplomática pela guerra comercial e, nesta terça-feira, regulamentou a lei da reciprocidade, que autoriza a devolução de medidas impostas por outras países, sejam elas tarifárias ou não.