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'Falta respeito no Brasil', diz Pacheco em discurso com recados a Bolsonaro

Presidente do Senado afirmou que 'estão deixando a inflação voltar' e que é preciso de equilíbrio, inclusive fiscal

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 23 de outubro de 2021 | 16:55
 
 
 
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Anunciado no palanque do encontro estadual do PSD no Rio de Janeiro como "futuro presidente da República", o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, apontado como pré-candidato da legenda, fez um discurso com recados indiretos ao atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (sem partido), embora sem citar o presidente. Aos filiados, ele defendeu menos radicalismo, respeito a diferença e responsabilidade fiscal no país.

"Está faltando respeito no Brasil. E nós precisamos provocar cada vez mais a respeitabilidade entre poderes, entre instituições, entre as pessoas. O exemplo dado por homens públicos é fundamental para que tenhamos uma sociedade essa cultura do respeito. Inclusive com juízo e com equilíbrio no uso de redes sociais, no uso da comunicação, porque as pessoas precisam ser respeitadas", afirmou Pacheco, que se filiará oficialmente ao PSD na quarta-feira (27).

O presidente do Congresso falou que "estão deixando voltar a inflação e a taxa de juros altos". E, sobre o debate em torno do aumento dos valores do Auxílio Brasil, programa que vai substituir o Bolsa Família, afirmou que é preciso ter cuidado para que a solução não coloque tudo a perder. 

"Temos que ter responsabilidade com aquilo que trabalhamos no nosso dia a dia. E aí entro na questão do auxílio às pessoas, seja através de Bolsa Família ou qualquer nome que queira dar. Nós precisamos mais do que nunca garantir a essas pessoas carentes do Brasil um programa sustentável, um programa de pé, um programa que tenha um valor responsável. E essa responsabilidade fiscal não significa reduzir a expectativa das pessoas. É perfeitamente possível equilibrar a necessidade que as pessoas têm de uma mínima capacidade de compra de itens de cesta básica, que aumentaram o preço, com a responsabilidade fiscal. É obrigação dos técnicos, dos matemáticos. Dos cientistas econômicos, de nós políticos, darmos essa solução imediatamente ao povo brasileiro de ter o programa social dentro de uma responsabilidade fiscal com a qual não podemos transigir. Se nós rompermos o teto de gastos, gastarmos e tivermos populismo nisso, nós todos pagaremos a conta. De nada adianta fazer um programa social sem sustentação e daí a um mês, dois meses, aumentar 30% o preço do arroz e do feijão e aquele dinheiro dado não servir pra absolutamente nada", disse.

Pacheco afirmou que o equilíbrio não deve estar apenas ligado à questão fiscal, mas ao debate do dia a dia das questões políticas.

"Quando a gente fala de equilíbrio eu fico pensando. É plenamente possível defender a severidade da lei penal por exemplo respeitando direitos humanos, respeitando camadas sociais mais baixas, que sofrem com os excessos e com abusos praticados", disse.

"É perfeitamente possível defender a família brasileira sem precisar menosprezar aqueles que sejam diferentes", completou, em referência a claros tema caro ao discurso de Jair Bolsonaro.

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