O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta sexta-feira (17), que, a partir da próxima semana, os parlamentares debaterão a política de preços e de distribuição de lucros da Petrobras.
A declaração foi dada em entrevista à GloboNews, após a estatal anunciar mais um reajuste nos preços da gasolina e do diesel nas distribuidoras, que vão impactar os valores nas bombas dos postos de combustíveis.
Como havia feito um pouco antes, por meio do Twitter, Lira voltou a pedir a renúncia do presidente da companhia, José Mauro Coelho, que foi indicado por Jair Bolsonaro em 6 de abril. Em maio, o presidente indicou Caio Paes de Andrade para substituir Coelho, mas a mudança ainda não aconteceu.
Questionado sobre uma eventual mudança na taxação de lucros da Petrobras, Arthur Lira disse que há "toda possibilidade" de que o tema seja enfrentado pelo Congresso.
"Há uma proposta similar a essa nos Estados Unidos, feita pelo presidente [Joe] Biden com um senador democrata. As petrolíferas privadas, lá, pagam 21% de impostos sobre os lucros. Eles estão discutindo dobrar para 42%", citou.
"Aqui, a Petrobras paga de CSLL, por exemplo, 'xis %' sobre o lucro. Nós vamos por exemplo dobrar essa taxação e tentar reverter isso diretamente para a população, para que também entre no caixa do governo, não vá para o Tesouro e não esteja sujeito à lei do teto de gastos. E que a gente possa reverter isso para diminuir a compensação da diferença do custo do diesel no exterior para cá", disse Lira.
"Não há necessidade desse açodamento, tem várias maneiras de você fazer essa compensação. Não custava nada para a Petrobras reduzir um pouco os seus lucros agora, esperar o resultado do que nós estamos fazendo para diminuir a inflação dos mais vulneráveis. Ela [Petrobras] não tem absolutamente nenhuma sensibilidade e a sua diretoria, o seu conselho deliberativo e o seu presidente demitido agem com retaliação", declarou Lira.
Já no Twitter, Lira escreveu o seguinte: “O presidente da Petrobras tem que renunciar imediatamente. Não por vontade pessoal minha, mas porque não representa o acionista majoritário da empresa - o Brasil - e, pior, trabalha sistematicamente contra o povo brasileiro na pior crise do país.”
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