A reunião desta quinta-feira (16) entre o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Tadeu Martins Leite (MDB), o Tadeuzinho, e outros líderes mineiros reforçou o isolamento do governador Romeu Zema (Novo) em resolver a dívida bilionária de Minas Gerais com a União.
O grupo fechou uma proposta paralela à adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que Zema tenta aprovar na ALMG. O assunto será levado por Pacheco oficialmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto isso, Zema cumpre agenda oficial no Japão, e o sentimento é de que o governador deve ficar de fora dessa primeira conversa, sendo procurado em segunda ocasião.
Questionado, Pacheco afirmou que vai procurar Lula para entregar a proposta, e que somente na sequência Zema deve ser acionado para, então, dialogar com o governo federal. “Eu vou pedir a reunião em um primeiro momento com o presidente da República. Eu acho que na sequência, evidentemente, o governador do Estado deverá sentar com as instâncias do governo federal. É ele inclusive o legitimado para assinar [um eventual acordo] em nome do Estado”, disse.
Pacheco também indicou que não foi procurado por Zema além do ofício, enviado na última sexta-feira (10), em que apresentou três cenários para equacionar a dívida de Minas com a União. O chefe do Senado disse que recebeu o ofício do governador e respondeu no mesmo dia se colocando à disposição. Mas, sinalizou que um contato mais direto, como por ligação telefônica, teve apenas com o secretário de Governo de Minas, Gustavo Valadares.
Pacheco intensificou a investida para ser o “protagonista” da solução da dívida que, em dezembro, deve chegar a R$ 161 bilhões. As propostas defendidas por ele, inclusive, entraram para o plano acertado com os líderes da ALMG que será levado a Lula. O mineiro critica amplamente o RRF que Zema tenta aprovar e afirma que, ao final de nove anos de adesão, o Estado terá uma dívida “impagável” de mais de R$ 200 bilhões.
Como pano de fundo dessa busca por protagonismo também está a pretensão do PSD de Minas de ter um candidato ao governo de Minas nas eleições de 2026. Pacheco é um dos nomes ventilados para a disputa, e não descarta entrar no páreo. Enquanto isso, Zema tenta emplacar o sucessor, que hoje seria o vice-governador de Minas, Matheus Simões (Novo).