BRASÍLIA -  O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se reunirá na segunda-feira (10) com os reitores de universidades e institutos federais de ensino superior. Inicialmente, o encontro estava previsto para quinta-feira (6), mas foi adiado após o presidente decidir retornar ao Rio Grande do Sul pela quarta vez desde o início da tragédia climática que afetou o Estado.

Nos bastidores, a expectativa para o resultado da reunião não é positiva, pois as entidades que Lula receberá não representam os docentes.

Os professores estão tentando marcar uma reunião com o presidente, mas, até o momento, conseguiram apenas um encontro para o dia 14 de junho com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

As entidades representativas dos docentes avaliam que "somente após a reunião do dia 14 haverá uma rodada de assembleias para definir a continuidade ou o fim da greve." Portanto, até essa data, a paralisação continuará.

Iniciada em abril, a paralisação envolve professores e servidores das universidades federais, que exigem um aumento salarial de 7,06% em 2024, 2025 e 2026.

Além disso, os manifestantes demandam melhorias nas condições de trabalho, um melhor plano de carreira e a revogação de decretos dos últimos governos.

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), há 62 instituições federais de ensino superior paralisadas atualmente, e mais três entrarão em greve na segunda-feira (10). Os servidores pedem um reajuste salarial e uma reestruturação de carreira melhores do que as propostas pelo governo.

Os servidores também reivindicam a recomposição do orçamento de investimento na rede federal de ensino. Embora o governo federal tenha aumentado o aporte em 2023 em comparação com 2022, este ano a verba diminuiu. As instituições afirmam precisar de R$ 2,5 bilhões a mais para fechar o ano.

Em meio ao crescimento do movimento grevista, o governo apresentou uma proposta para atender à categoria. A oferta incluía um reajuste de 9% em 2025 e de 3,5% em 2026, mantendo os salários inalterados para este ano. No entanto, o sindicato rejeitou a proposta, mantendo a greve.