BRASÍLIA – O governo brasileiro decidiu nesta terça-feira (18) a entrada do Brasil no grupo de aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), o cartel de combustíveis fósseis.

A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. 

“O Brasil foi convidado para que nós fizéssemos parte da carta de cooperação. O que fizemos hoje foi exatamente discutir a entrada no Brasil em três organismos internacionais. Autorizamos iniciar o processo de adesão à EIA, isso tá aprovado. A continuação do que foi suspenso no governo anterior, que é a adesão à Irena. Ficou decidido: início da adesão à EIA, Irena e Opep+”, afirmou Silveira.

O Brasil não integrará de fato a organização. Ele vai aderir à chamada “carta de cooperação“ da Opep, um fórum de discussão dentro da estrutura do cartel, do qual participarão os países da Opep e da Opep+.

A decisão foi tomada em meio à preparação do país para receber a Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP 30), em Belém (PA), neste ano, e do embate no governo Lula sobre a exploração de petróleo na região da Margem Equatorial, na Bacia da Foz do Amazonas. 

O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva já defendeu o aumento da exploração de petróleo no país, inclusive na Margem Equatorial. No fim de 2023, ele anunciou ter recebido um convite para o Brasil ingressar na Opep+, grupo de 23 países produtores e exportadores de petróleo. 

Criada em 1960 para estabelecer uma política comum em relação à produção e à venda de petróleo, a Opep reúne 13 grandes produtores de petróleo: Arábia Saudita, Irã, Kuwait, Venezuela, Iraque, Argélia, Equador, Gabão, Indonésia, Líbia, Nigéria, Catar e Emirados Árabes Unidos.

Já a Opep+, formada em 2016, agrega mais 10 países, entre eles a Rússia e Arábia Saudita. O grupo se reúne regularmente para decidir a quantidade de óleo bruto que será comercializada no mercado mundial.

Com produção de 3,672 milhões de barris de petróleo por dia, o Brasil é o nono maior produtor de petróleo do mundo e o primeiro da América Latina. Estados Unidos, Rússia e Arábia Saudita, na ordem, são os três principais. Juntos, os três países respondem por mais de 40% da produção global.