BRASÍLIA - A ministra Gleisi Hoffmann, da articulação política, criticou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por uma declaração de que os Estados Unidos poderiam punir os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), com sanções.
Eduardo sugeriu que os vistos deles poderiam ser cancelados, como ocorreu com oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e com o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco.
Gleisi considerou a declaração de Eduardo como uma ameaça. "É um crime intolerável contra a soberania e a democracia no Brasil. A conspiração desse traidor da pátria com os agentes de Donald Trump descamba para uma chantagem cada vez mais indecente", publicou a ministra das Relações Institucionais.
"Tentaram dar um golpe, assassinar o presidente eleito, e agora querem uma intervenção estrangeira no Judiciário e no Congresso do nosso país", completou. "Esse crime de lesa-pátria não pode ficar impune", concluiu na publicação.
Nesta sexta-feira (25/7), o deputado Eduardo Bolsonaro indicou que os presidentes Alcolumbre e Hugo Motta poderiam sofrer sanções dos Estados Unidos diante de suas atuações no Congresso Nacional.
"Davi Alcolumbre certamente está no foco do governo americano. Ele tem a possibilidade agora de não ser sancionado e não acontecer nada com o visto dele, se ele não der respaldo ao regime. E também o Hugo Motta, porque na Câmara dos Deputados tem a novidade da lei da anistia", disse.
Eduardo condiciona, indiretamente, a votação do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e a aprovação do Projeto de Lei (PL) da anistia à não aplicação de sanções contra Alcolumbre e Motta. "Se o Brasil não conseguir pautar a anistia e o impeachment, a coisa ficará ruim", frisou em declaração à revista Oeste. "Tenho certeza que Davi Alcolumbre e Hugo Motta não são iguais ao Alexandre de Moraes", completou.
No último dia 18, os Estados Unidos suspenderam os vistos norte-americanos de Moraes e outros sete ministros do STF, além do PGR Paulo Gonet Branco. Segundo Eduardo, a medida também afeta o ex-presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Foram poupados, apenas, os ministros Luiz Fux, que tem feito acenos à oposição, e André Mendonça e Kassio Nunes Marques, ambos indicados ao STF por Jair Bolsonaro (PL) quando presidente da República.