BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu, pelas redes sociais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que saiu em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por uma suposta tentativa de golpe de Estado.
“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, publicou Lula. Depois a declaração foi compartilhada pelo Palácio do Planalto em forma de nota oficial.
Nesta segunda-feira (7), Trump foi à sua rede social, Truth, declarar que Bolsonaro “não é culpado de nada” e sofre uma “caça às bruxas”. “DEIXE BOLSONARO EM PAZ!”, escreveu, em caixa alta, acrescentando que o único julgamento que o ex-presidente deveria enfrentar é pelos eleitores.
Para o líder dos EUA, o Brasil faz uma “coisa terrível” no tratamento a Bolsonaro. Trump disse estar assistindo, “assim como o mundo, como eles não fizeram nada além de ir atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano!”.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também respondeu à fala de Trump. Segundo a articuladora política de Lula, "Trump está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro”.
Esta é a segunda declaração de Trump em dois dias sobre temas relacionados ao Brasil. No domingo (6), ele ameaçou impor uma tarifa extra de 10% sobre todos os países que se alinharem ao Brics, grupo cujo encontro aconteceu no Rio de Janeiro, nos dois últimos dias.
Jair Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado para continuar no poder depois de ter perdido as eleições em 2022. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente liderou uma organização criminosa, composta também por seus aliados políticos.
Além disso, Bolsonaro foi condenado duas vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e está inelegível, ou seja, impedido de concorrer nas próximas eleições. Uma das condenações é sobre a reunião que comandou em julho de 2022, para repassar informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro a embaixadores de outros países. A segunda, por uso eleitoral das comemorações de 7 de setembro de 2022.