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Inflação de dois dígitos: confira os itens que mais encareceram em 2021

O resultado de 2021 foi influenciado principalmente pelo grupo Transportes, que apresentou a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 p.p.) no acumulado do ano

Por Renato Alves
Publicado em 11 de janeiro de 2022 | 12:46
 
 
 
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do Brasil – fechou 2021 em 10,06%, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (11). É a maior taxa acumulada no ano desde 2015, quando foi registrado 10,67%.

A inflação do país no acumulado no ano ficou bem acima do teto da meta para 2021, que era de 5,25%. Pelo sistema vigente, o IPCA poderia ficar entre 2,5% e 5,25% para a meta ser oficialmente cumprida. Foi a primeira vez desde 2015 que a inflação oficial estourou o limite do sistema de metas.

O resultado de 2021 foi influenciado principalmente pelo grupo Transportes, que apresentou a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 p.p.) no acumulado do ano. Na sequência vieram Habitação (13,05%), que contribuiu com 2,05 p.p., e Alimentação e bebidas (7,94%), com impacto de 1,68 p.p. 

Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021. Cabe mencionar ainda as variações acumuladas dos grupos Artigos de residência (12,07%) e Vestuário (10,31%). Este último havia sido o único grupo com deflação no ano anterior.

A alta de 21,03% do grupo Transportes está relacionada principalmente ao comportamento do preço dos combustíveis (49,02%) ao longo de 2021. A gasolina, subitem de maior peso no IPCA, subiu 47,49%, e o etanol, 62,23%. Apenas nos meses de abril e dezembro houve queda nos preços dos combustíveis. 

O resultado do grupo também foi impactado pela alta dos automóveis novos (16,16%) e usados (15,05%), principalmente no segundo semestre do ano. Por fim, cabe mencionar as variações das passagens aéreas (17,59%), cujas altas mais intensas ocorreram nos meses de julho, setembro e outubro (35,22%, 28,19% e 33,86%, respectivamente) e dos transportes por aplicativo, que tiveram alta de 33,75% em 2021, em contraste com o que ocorreu em 2020, quando os preços recuaram 5,77%.

Em Habitação (13,05%), a principal contribuição (0,98 p.p.) veio da energia elétrica (21,21%). Nos quatro primeiros meses do ano, vigorou a bandeira amarela, com acréscimo de 1,343 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Em maio, foi acionada a bandeira vermelha patamar 1 e, nos três meses seguintes, foi adotada a bandeira vermelha patamar 2, cuja cobrança passou de R$ 6,243 em junho para R$ 9,492 em julho, em função do agravamento da crise hídrica. 

Os problemas na geração de energia também levaram à criação de uma nova bandeira, intitulada Escassez Hídrica, com acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos. A bandeira entrou em vigor em setembro e deve ser mantida até abril de 2022. As mudanças no valor da cobrança extra foram decisivas para o resultado do item no IPCA, especialmente nos meses de julho e setembro.

Ainda em Habitação, outro destaque foi o gás de botijão (36,99%), cujos preços subiram em todos os meses de 2021. Com isso, o subitem contribuiu com o segundo maior impacto dentro do grupo (0,41 p.p.).

Já no grupo alimentação e bebidas, além de café moído e mandioca, açúcar refinado (47,9%), pimentão (39,2%) e mamão (36%) influenciaram o indicador ao longo do ano passado.

Confira abaixo os itens que mais contribuíram para a inflação de dois dígitos em 2021:

Item    Inflação em 2021

Etanol: 62,2%

Café moído: 50,2%

Mandioca (aipim): 48,1%

Açúcar refinado: 47,9%

Gasolina: 47,5%

Óleo diesel: 46,0%

Pimentão: 39,2%

Gás veicular: 38,7%

Açúcar cristal: 37,6%

Mudança: 37,1%

Gás de botijão: 37,0%

Mamão: 36,0%

Revista: 35,7%

Transporte por aplicativo: 33,8%

Fubá de milho: 32,8%

Filé-mignon: 30,9%

Frango em pedaços: 29,9%

Pera: 29,6%

Pneu: 28,9%

Gás encanado: 28,5%

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