Defesa

Janja defende Lula: 'A fala se referiu ao governo genocida e não ao povo judeu'

O petista tem sofrido críticas, com repercussão mundial, após comparar a situação do povo palestino aos judeus perseguidos na Alemanha nazista

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 19 de fevereiro de 2024 | 13:57
 
 
 
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A primeira-dama, Janja da Silva, defendeu nesta segunda-feira (19) o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por meio de suas redes sociais. O petista tem sofrido críticas, com repercussão mundial, após comparar a situação do povo palestino, em função do conflito entre Israel e o grupo Hamas, aos judeus perseguidos na Alemanha nazista por Adolf Hitler
 
“Orgulho do meu marido que, desde o início desse conflito na Faixa de Gaza, tem defendido a paz e principalmente o direito à vida de mulheres e crianças, que são maioria das vítimas. Tenho certeza que se o presidente Lula tivesse vivenciado o período da Segunda Guerra, ele teria da mesma forma defendido o direito à vida dos judeus”, escreveu.
 
Janja ainda argumentou que a fala de Lula não se referiu ao povo judeu, mas sim “ao governo genocida”. “Sejamos honestos nas análises. Perguntei certa vez a uma jornalista por que a imprensa não divulga as imagens do massacre em Gaza, ao que ela me respondeu: ‘porque são muito fortes as imagens das crianças mortas’. Se isso não é esconder o genocídio, eu não sei o que é”. 
 
O posicionamento da primeira-dama corrobora com o que tem sido indicado por auxiliares do presidente de que ele não vai pedir desculpas ao governo de Israel. O petista está reunido na manhã desta segunda-feira (19), no Palácio da Alvorada, com  o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, e o conselheiro da Presidência da República em assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, para tratar sobre o tema. 
 
A situação desencadeou em uma série de críticas do governo israelense. Em um comunicado, o ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, disse que o petista se tornou "persona non grata" no país e pediu uma retratação. Assessores do Palácio do Planalto avaliam que o presidente ultrapassou uma linha tênue ao fazer a comparação, inclusive dando mais munição para os oposicionistas. 
 
Contudo, ressaltaram que a repercussão que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e outros membros do primeiro escalão do governo de Israel têm dado ao fato tem sido “desproporcional” e com o intuito de constranger Lula, inclusive chamando o embaixador do Brasil em Tel-Aviv, Frederico Meyer, para uma reprimenda. 
 
Dessa forma, o corpo diplomático brasileiro e auxiliares do presidente têm analisado um outro gesto para amenizar a situação e mostrar aos judeus que o petista não teve intenção de ofender a comunidade judaica, mas sim fazer um desagravo às estratégias de Netanyahu diante da guerra. A exemplo do que fez Janja pelas redes sociais.
 
Em relação ao governo de Israel, já existe o entendimento de que não será mais possível construir uma relação, uma vez que ela já estava estremecida pelas constantes críticas de Lula desde o início do conflito.  Em viagem à África por cinco dias, o presidente cumpriu compromissos no Egito e na Etiópia. A situação na Faixa de Gaza, epicentro do conflito entre Israel e Hamas, foi um dos temas mais explorados por Lula em suas agendas.

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