BRASÍLIA – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (13) uma nova fase da Operação Sisamnes, que investiga venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os alvos são empresários, donos de casas de câmbios e pessoas usadas como laranjas.
Agentes foram às ruas para cumprir 11 mandados de busca e apreensão, para buscar provas de crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, mercado de câmbio clandestino, evasão de divisas e organização criminosa.
As ordens judiciais foram expedidas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou o sequestro de R$ 20 milhões dos investigados e mandou apreender seus passaportes para evitar que deixem o Brasil.
A PF não divulgou os nomes dos alvos. Informou apenas que os mandados são cumpridos em Mato Grosso, São Paulo e no Distrito Federal. Em Mato Grosso, agentes vasculharam endereços em Cuiabá, Primavera do Leste e Várzea Grande. Já em São Paulo, estiveram em imóveis na capital paulista e em Barueri.
Em nota, a PF disse ter identificado uma rede financeira-empresarial de lavagem de dinheiro, criada para dissimular a origem ilícita das supostas “propinas” da compra de decisões judiciais no STJ, “de modo a romper a vinculação direta entre o agente corruptor e o servidor público corrompido”.
Também por meio de nota, o STJ informou que não houve buscas no tribunal e que “não se manifestará sobre o mérito da investigação, a qual tramita sob sigilo e a cargo do STF”.
Na primeira fase da Operação Sisamnes, a PF prendeu o empresário Anderson Gonçalves, o “lobista dos tribunais”, e fez buscas em endereços de auxiliares de ministros do STJ.
Os servidores foram afastados e também são investigados administrativamente. Segundo o STJ, nenhum ministro sabia das irregularidades. A PF não abriu investigação contra nenhum dos ministros, nem apontou qualquer evidência de envolvimento deles.
O suposto esquema de venda de decisões judiciais envolveria advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados de tribunais de justiça estaduais.