Deltan Dallagnol exaltou ampliação da ficha limpa, lei usada para cassá-lo

O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) foi um convicto defensor da ampliação da Lei da Ficha Limpa, legislação utilizada em seu processo de cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por unanimidade, os ministros da Corte consideraram que Deltan tentou burlar a regra ao pedir exoneração antecipada do cargo de procurador - cinco meses antes do prazo que ainda seria permitido pela legislação eleitoral para sair como candidato - para evitar responder a processos no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Com isso, ele terá que deixar o mandato imediatamente, embora ainda possa recorrer, fora do cargo, tanto no próprio TSE quanto no Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre as várias postagens em defesa da Lei da Ficha Limpa, Deltan pregou a ampliação da medida em 2018, ao apresentar propostas do movimento "Unidos contra a Corrupção".

"Imaginou se a Lei da Ficha Limpa valesse para todos os cargos públicos, para impedir que pessoas condenadas por crimes contra a Administração Pública genrenciem o dinheiro da sociedade? Essa é mais uma das 70 novas medidas contra a corrupção - a medida 32", publicou em 18 de setembro daquele ano, às vezes da disputa eleitoral (da qual não participou) e quando ele ainda estava no Ministério Público.

Em novembro daquele ano, ao comentar a desistência do Senado de flexibilizar a legislação, ele comemorou: "Vitória da sociedade. lei da Ficha Limpa permanece intacta. Parabéns a todos que se envolveram, inclusive senadores, posicionando-se, enviando um e-mail, fazendo uma ligação ou divulgando", afirmou.

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