Empréstimos

MP do DF denuncia Jair Renan por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica

A investigação gira em torno da alegação de que ele teria usado um documento com informações inverídicas de sua empresa para conseguir um empréstimo bancário que não foi pago

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 20 de março de 2024 | 16:09
 
 
 
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O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) decidiu denunciar Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente, por crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. A investigação gira em torno da alegação de que ele teria usado um documento com informações inverídicas de sua empresa para conseguir um empréstimo bancário que não foi pago. 

A informação foi divulgada pelo jornal O Globo e confirmada por O TEMPO Brasília. As suspeitas recaem sobre uma declaração de um faturamento de R$ 4,6 milhões da Bolsonaro JR Eventos e Mídia, entre julho de 2021 e julho de 2022. Além do filho “04” do ex-presidente, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) havia indiciado, em março deste ano, o instrutor de tiros Maciel Alves de Carvalho, que é amigo de Jair Renan e sócio da empresa de eventos. 

O documento da empresa, que tem uma suposta assinatura de Jair Renan, foi apreendido na casa do ex-assessor do filho do ex-presidente durante uma operação deflagrada em novembro do ano passado pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária. Ele nega que tenha assinado os documentos. 

Jair Renan e outras três pessoas são acusadas de formar uma associação criminosa para obter vantagens financeiras a partir da inserção de informações falsas em documentos que eram usados para fins diversos, como abrir contas, conseguir empréstimos e sonegar impostos.

A declaração de faturamento da Bolsonaro JR Eventos e Mídia, segundo a investigação, foi apresentada como forma de conseguir a liberação de um empréstimo bancário, que não foi quitado até hoje. No total, foram três empréstimos obtidos pela empresa: o primeiro de R$ 157 mil, o segundo de R$ 250 mil e o terceiro de R$ 291 mil.

A Bolsonaro JR Eventos e Mídia, aberta em 2020, tinha como principal ramo de atuação fornecer “serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas”. Ela chegou a ocupar um camarote no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, o mais caro da Copa de 2014. Atualmente, a firma consta como encerrada no cadastro da Receita Federal. 

Na época, a defesa de Jair Renan disse que não comentaria o caso que tramita em sigilo. Já a defesa de Maciel Alves afirmou que o cliente seria absolvido. 

Banco cobrou dinheiro de Jair Renan na Justiça

Em dezembro de 2023, o banco Santander cobrou na Justiça R$ 360,2 mil de Jair Renan e da sua empresa, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia. A instituição financeira acusa o filho do ex-presidente de não cumprir um acordo firmado em junho deste ano, quando reconheceu a dívida de um empréstimo contratado anos atrás O acordo firmado previa o parcelamento de uma dívida de R$ 291 mil, com promessa de pagamento em 60 meses, até 2028. Como nenhuma parcela teria sido depositada, o valor subiu para R$ 360 mil.

 

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