Espionagem na Abin

PF fez buscas na casa em que Carlos Bolsonaro estava com o pai e irmãos em Angra

Carlos, Jair, Flávio e Eduardo Bolsonaro teriam deixado a casa na Região dos Lagos do Rio de Janeiro de barco após a chegada dos agentes da PF

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 29 de janeiro de 2024 | 10:12
 
 
 
normal

O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), estavam na casa em Angra dos Reis, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, em que a Polícia Federal (PF) fez buscas e apreensão na manhã desta segunda-feira (29). Os irmãos de Carlos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também estavam no local.

Juntos, os quatro fizeram uma "superlive" na casa, localizada na praia de Mambucaba, na noite de domingo (28) para mobilizar aliados em prol da campanha eleitoral deste ano. A informação foi publicada pela jornalista Daniela Lima no portal G1. Os quatro teriam deixado o local de barco após a chegada dos agentes, e retornado algum tempo depois.

Os mandados foram cumpridos em continuação da operação Vigilância Aproximada, deflagrada na última quinta-feira (25) sobre o esquema de espionagem ilegal feita pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro. O objetivo era vigiar opositores políticos da então gestão federal.

Além de Angra, foram feitas buscas na casa do vereador na cidade do Rio, localizada no condomínio Vivendas da Barra, na Bara da Tijuca, e em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Ao todo, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão: cinco no Rio de Janeiro (RJ), um em Angra dos Reis (RJ), um em Brasília (DF), um em Formosa (GO) e um em Salvador (BA). A corporação citou uma "organização criminosa que se instalou" na Abin e comentou sobre o objetivo de identificar o núcleo político envolvido no esquema.

"Nesta nova etapa, a Polícia Federal busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas. Nessas ações eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem, contudo, qualquer controle judicial ou do Ministério Público", informou por meio de nota.

Operações da PF miram esquema ilegal de espionagem na Abin

As primeiras ações da operação Vigilância Aproximada foram cumpridas na última quinta-feira (25), em desdobramento da Última Milha, cumprida em outubro de 2023. Um dos alvos de busca e apreensão foi Ramagem. De acordo com as investigações, a espionagem ilegal aconteceu durante sua gestão na Abin, no governo Bolsonaro. 

A PF identificou o uso da ferramenta FirstMile para espionagem de opositores do governo Bolsonaro, com o uso de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. Estariam na lista autoridades e cidadãos comuns.

Teriam sido espionados de forma ilegal ministros do STF, como Moraes e Gilmar Mendes; o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia; o ministro da Educação, Camilo Santana, quando era governador do Ceará; além dos ex-deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ) e David Miranda (PDT-RJ), que morreu em maio do ano passado. O jornalista Glenn Greenwald, marido de David, também teria sido monitorado.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!