Belo Horizonte

Homem morto em operação militar no Aglomerado Cabana estava foragido

Gleisson Sedinez da Silva, de 37 anos, tinha mandado de prisão em aberto por homicídio, de acordo com a Polícia Militar

Por Alice Brito
Publicado em 30 de agosto de 2022 | 16:33
 
 
 
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O homem morto por um policial militar nesta terça-feira (30) no Aglomerado Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte, tinha um mandado de prisão em aberto por homicídio, informou a PM em coletiva de imprensa nesta tarde. Gleisson Sedinez da Silva, de 37 anos, estava foragido e havia sido condenado a 30 anos de prisão pelo crime.

De acordo com a Polícia Militar, foi recebida uma denúncia anônima informando que homens armados estavam vendendo drogas. Chegando ao local, os policiais, de moto, se depararam com os traficantes, que dispararam contra os militares e fugiram.

Os policiais começaram a perseguir os homens, sendo que quatro fugiram. Ainda conforme a PM, Gleisson entrou em um beco. Na sequência, os militares deixaram as motos, e a perseguição começou a pé.

Segundo a PM, Gleisson foi para uma casa conhecida por ser uma espécie de depósito de drogas dos criminosos. Quando estava em uma escadaria, apontou a arma para o policial. O militar solicitou para que o homem largasse a arma. Diante da negativa, o policial efetuou um disparo contra o traficante. O tiro atingiu o lado esquerdo do peito do criminoso. O homem foi socorrido, mas morreu ao dar entrada no hospital.

Ainda conforme a polícia, Gleisson comandava grande parte do tráfico de drogas na região, estava envolvido em outros dois inquéritos por assassinato e já foi preso por lesão corporal e tráfico de drogas.  

Com o homem foram apreendidos R$ 509 em dinheiro, um rádio comunicador, uma arma de fogo, dois cartuchos deflagrados e 178 buchas de maconha. 

"Nós patrulhamos agora há pouco a região e está tudo dentro da normalidade. É muito comum logo após ações policiais o  recebimento de uma enxurrada de informações e denúncias de abuso policial. Os traficantes querem a polícia longe das comunidades e colocam as pessoas para realizarem denúncias que não são confirmadas", pontuou a porta-voz da Sala de Imprensa da PM, major Layla Brunella.

"A avaliação que faço é que a PM tem a polícia que mais reduz crime e com menor letalidade. Apesar de operações pontuais, a letalidade é mínima. E quando  nós erramos, não temos a dificuldade de cortar na própria carne com investigação e exoneração", concluiu a major.

Outros casos

Veja alguns casos de abordagens policiais com suspeita de uso excessivo de violência nas últimas semanas

  • 16 de julho

Marcos Vinicius Vieira Couto, conhecido como Marquinhos, de 29 anos, foi assassinado à queima roupa por um Policial Militar, em Vila Barraginha, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O boletim de ocorrência informa que o homem estaria se envolvendo em brigas no local e que o rapaz não teria obedecido às advertências verbais e tentado desarmar o militar. O policial chegou a ser preso, mas aguarda julgamento em liberdade.  

  • 6 de agosto

A filha de Marco Pedroza ficou ferida ao ser atingida por uma bomba de efeito moral em partida entre Cruzeiro e Tombense, no Mineirão, em Belo Horizonte. A criança é cardiopata e tem síndrome de Down. A Minas Arena informou que teve conhecimento do fato e fez contato com a família para prestar assistência. A PM não se pronunciou.  

  • 7 de agosto

O motofretista André Martins, 21, foi agredido enquanto fazia uma entrega de comida, no bairro Funcionários em Contagem, na região metropolitana. Segundo a versão da vítima, os agentes de segurança ainda teriam comido o lanche que ele iria entregar. Os policiais alegam no boletim de ocorrência que duas pessoas em “atitude suspeita” e fazendo “manobras perigosas” correram quando viram a viatura. Por essa razão, o policial o teria imobilizado.  

  • 7 de agosto

Flávia Nathania Faria, de 26 anos, foi espancada por policiais militares por ouvir som alto, em Planura, no Triângulo Mineiro. Ela teve derramamento de sangue dos vasos sanguíneos na região do olho esquerdo, além do acúmulo de sangue seco na narina. Ela foi agredida com chutes e socos por um policial, sendo que um dos golpes teria sido em direção a sua região genital, segundo a vítima. Os policiais relatam que receberam diversas denúncias de som alto no imóvel onde Flávia, o marido e um casal de amigos se encontravam. Os militares contam que foram recebidos de forma hostil por Flávia. Segundo os relatos, ela teria xingado os militares, além de morder a mão de um dos policiais. 

  • 13 de agosto

O fazendeiro Marcos Mendonça Gonçalves, de 23 anos, foi agredido por policiais militares, com socos no rosto, até desmaiar em Paineiras, na região Central de Minas Gerais. Os militares alegam que o jovem estaria soltando bombas na praça da cidade. Testemunhas negam que ele estivesse envolvido no fato. Imagens mostram que a namorada dele, de 18 anos, também foi agredida durante a abordagem. O policial foi transferido para outra região.  

  • 14 de agosto

Uma abordagem policial revoltou moradores do bairro Vila Esperança II, em Juiz de Fora, na região da Zona da Mata, em Minas Gerais. Populares denunciam uso excessivo da força durante uma ação na tarde de domingo. Seis pessoas foram presas e uma precisou ser encaminhada para atendimento médico no Hospital de Pronto Socorro Dr. Mozart Teixeira (HPS). Imagens mostram militares atirando com armas de bala de borracha na direção de civis. De acordo com a Polícia Militar, a confusão teve início durante uma abordagem onde os policiais foram hostilizados depois que cobraram de um dos envolvidos o documento atrasado do veículo de um dos homens abordados. 

  • 19 de agosto

Um adolescente de 15 anos foi morto em ação policial na Vila Embaúbas, próximo ao bairro Nova Gameleira, em Belo Horizonte. Segundo nota divulgada pela corporação, o jovem estava armado. desobedeceu um comando de ordem e teria apontado arma para os militares antes de ser baleado. A família do adolescente, no entanto, contesta a versão da PM e diz que o rapaz não tinha envolvimento com o crime.

  • 22 de agosto

Um homem foi morto em ação policial na Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. De acordo com a corporação, após a tentativa de abordagem a um veículo, o suspeito fugiu em alta velocidade e disparos foram efetuados contra os militares, que revidaram e acabaram baleando o homem. Ferido, ele foi socorrido pela própria viatura da PM, mas acabou morrendo após dar entrada no hospital. 

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