A Vale reinaugurou a mina Capanema, em Ouro Preto, na região Central de Minas, nesta quinta-feira (4/9). A estrutura estava paralisada desde 2003 e demandou R$ 5,2 bilhões para a reativação. Além do valor, a Vale anunciou um investimento de R$ 67 bilhões para Minas Gerais até 2030.
O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, e o governador do estado, Romeu Zema (Novo), compareceram ao evento de inauguração. Em seu discurso de abertura, Pimenta sublinhou a relação da Vale com Minas e afirmou que a mina reativada é exemplo de “uma enorme transformação da mineração”. “Minas Gerais é o passado, é o presente e será o futuro desta companhia”, prosseguiu.
A mina operará sem adição de água no processamento do minério e sem gerar rejeito, portanto sem uso de barragem. A nova operação utilizará soluções de circularidade — a empresa reprocessará minério de ferro contido em uma antiga pilha de estéril, isto é, material descartado anteriormente.
Em 2024, a companhia produziu cerca de 13 milhões de toneladas de minério de ferro a partir de rejeitos, e a expectativa é que o volume chegue a 20 milhões de toneladas neste ano. Aproximadamente 80% desse total são produzidos em Minas. Em Capanema, os rejeitos serão utilizados durante três anos antes do novo acesso à mina.Mina de Capanema, reativada pela Vale - Foto: Alex de Jesus/ O TEMPO
A interrupção das operações de Capanema no início dos anos 2000 ocorreu em um momento de mudança de foco da Vale. Hoje, a operação é retomada em um novo contexto de tecnologia, segundo Pimenta. “Esta planta parou por uma questão de inviabilidade e técnica na época. Com o tempo e com a melhoria da tecnologia, conseguimos olhar de novo para esse projeto e retomar a viabilidade dele”, diz.
As obras da mina Capanema duraram cinco anos e, agora, a operação emprega 800 pessoas. A expectativa da Vale é que ela acrescente 15 milhões de toneladas à produção anual de minério da companhia.
Investimentos da Vale
A maior parte do investimento de R$ 67 bilhões anunciado pela Vale será direcionado ao projeto de redução de barragens - com a estratégia de empilhamento de rejeitos, a empresa espera reduzir de 20% a 30% o uso de barragens em Minas. Parte dos recursos será direcionada ao Programa de Descaracterização de Estruturas a Montante, necessário para garantir a estabilidade permanente das estruturas.
Em seu discurso, o governador Romeu Zema lembrou o rompimento das barragens de Brumadinho e Mariana. “O passado é passado, serviu de lição, de aprendizado. A empresa, hoje, está pagando a maior multa indenizatória da história da humanidade, pagando caro pelo erro que cometeu, mas o que interessa é o futuro, e nós estamos aqui dando o pontapé para mais um grande projeto”, afirmou o governador.
O rompimento da barragem em Brumadinho ocorreu no primeiro mês de Zema no cargo, em 25 de janeiro de 2019.