Terminando a onda de retrospectivas, que contou com os piores filmes de 2025 e as melhores séries de 2025, voltamos agora com a terceira parte do nosso especial de meio de ano: os melhores filmes de 2025.

Entre filmes nacionais e obras originais, passando por algumas franquias famosas, o ano começou sem muito alarde, mas com boas surpresas que devem deixar seu legado.

Lembrando: esta lista avalia lançamentos de 1º de janeiro a 30 de junho, então nada de Superman aqui. Ainda assim, vale a dica da nossa crítica, porque gostamos bastante do filme:
Superman: filme inaugura a nova DC nos cinemas com leveza, esperança e cara de quadrinho

Dito isso, abaixo os filmes que mais se destacaram até agora.

F1

Sonny Hayes (Brad Pitt) e Joshua Pearce (Damson Idris) em F1 - O Filme. Foto: Apple Originals/ WDB Pictures.

Começando por um recente. Para quem gosta de filmes esportivos, F1 entrega tudo: adrenalina, reviravoltas, conflitos geracionais, montagens de treino e uma clássica narrativa de superação.

Pode não funcionar tanto pensando no esporte retratado, mas é um longa muito bem produzido, dirigido e atuado. Com nomes como Brad Pitt, Javier Bardem e Kerry Condon, o diretor Joseph Kosinski aplica a mesma emoção de Top Gun: Maverick (2022) às pistas.

Mas o grande destaque mesmo fica para a sensação de imersão que nos causa, ao incorporar diversos elementos, personalidades e sons reais de uma temporada de Fórmula 1, inclusive com cenas que aconteceram na temporada de 2023. 

Sem dúvidas, um filme do qual você sai empolgado da sessão, recomendando para todo pai que você conhece. Uma análise mais detalhada, você pode conferir em:
F1 – O Filme: Uma imersão hollywoodiana no automobilismo

 

Missão: Impossível - O Acerto Final

Ethan Hunt (Tom Cruise) em cena final do filme. Foto: Divulgação/Paramount Pictures.

Continuando na adrenalina, temos o (talvez) capítulo final na saga de Tom Cruise como Ethan Hunt. Na parte final da história, iniciada por Acerto de Contas (2023), a equipe da IMF precisa impedir que a IA Entidade tome controle dos arsenais nucleares das maiores potências mundiais, e utilize dessa força para aniquilar a humanidade.

O primeiro ato engasga, recapitulando o filme anterior de forma arrastada. Mas quando a trama engrena, Missão: Impossível volta com tudo: planos mirabolantes, tensão constante, personagens carismáticos e Tom Cruise quase se matando, como sempre.

Um filme que presta homenagem ao legado da franquia, encerrando (ou não) a jornada do personagem em grande estilo. E sim, outro filme de pai. Se quiser uma análise mais detalhada, confira em:
Missão: Impossível – O Acerto Final entrega ação explosiva, nostalgia e possível despedida

 

Mickey 17

O encontro entre Mickey 17 e Mickey 18 (ambos interpretados por Robert Pattinson). Foto: Divulgação/Warner Bros.

Talvez agora uma escolha polêmica. Mickey 17 é uma ficção científica com humor ácido e crítica social. Dirigido por Bong Joon-Ho (Parasita, 2019), discute temas como colonização  e exploração da força de trabalho.

Acompanhamos Mickey (Robert Pattinson), um jovem que, na tentativa de fugir da Terra, se inscreve como “descartável” em uma missão espacial: ele faz os trabalhos mais perigosos e, se morrer, uma nova cópia sua é impressa no dia seguinte.

Em um trabalho que não busca ser sutil como Parasita, o diretor utiliza de seu ótimo elenco, com nomes como Mark Ruffalo e Toni Colette, para construir uma sátira que questiona todo o corporativismo que vem tomando conta de diversos aspectos da nossa sociedade.

Um filme que já pode ser encontrado na HBO Max, e que vale a pena conferir. Para mais detalhes, confira em:
Mickey 17: Filme de Bong Joon-ho debate valor de uma vida em ficção científica com Robert Pattinson

 

Baby

Baby (João Pedro Mariano) e Ronaldo (Ricardo Teodoro) se abraçam em material de promocional do filme. Foto: Vitrine Filmes/Divulgação.

Agora um drama nacional. Sob a direção de Marcelo Caetano, essa produção teve uma janela bem limitada de exibição nos cinemas, e conta sobre a vida marginalizada de pessoas LGBT, que formam suas próprias comunidades para sobreviver.

No filme, acompanhamos Wellington (João Pedro Mariano), um rapaz recém saído da Fundação Casa que, sem ter para onde ir, cruza seu caminho com o de Ronaldo (Ricardo Teodoro), com quem inicia um relacionamento, e aprende a sobreviver às margens da sociedade paulista.

Em uma história pé no chão, com personagens bem construídos, o filme mostra figuras de bom coração que também erram e precisam aprender com isso. A direção e fotografia capturam a beleza de um cenário marcado pelo abandono.

Infelizmente não temos um texto sobre o filme, mas caso queira conhecer, ele está disponível na Telecine, e ao final da lista vai um vídeo com a análise que fizemos sobre ele no início do ano.

 

Homem com H

Jesuíta Barbosa como Ney Matogrosso em Homem com H. Foto: Divulgação/Paris Filmes.

Em meio à onda de biografias musicais, temos aqui a de um dos personagens mais provocantes e carismáticos da música brasileira: Ney Matogrosso.

Vivido de maneira incrível por Jesuíta Barbosa, temos um Ney que é definido por 3 forças motrizes em sua vida: a relação conturbada com seu pai, a exploração de sua sexualidade e sua entrega completa à arte, e como cada uma dessas forças o moldou para que  evoluísse como artista e como pessoa.

O filme ainda conta com uma ótima direção de Esmir Filho, que brilha na contextualização e recriação das épocas, principalmente nos momentos de inserção musical, dando todo o holofote para o protagonista brilhar.

Se você se interessou, o filme pode ser conferido na Netflix, e temos também a nossa crítica aqui:
Homem com H: Filme de Ney Matogrosso destaca arte, amor e identidade

 

Oeste Outra Vez

Jerominho (Rodger Rogério) e Toto (Ângelo Antônio) em cena de Oeste Outra Vez. Foto: Divulgação/O2 Play.

 

Tem mais Brasil na lista! Érico Rassi nos apresenta um drama com elementos dignos de um faroeste. No sertão do Goiás, dois homens entram em conflito para reaver tanto o próprio orgulho, quanto o amor da mesma mulher.

Uma trama muito bem escrita, que discute a dificuldade de comunicação das figuras centrais, ao mesmo tempo que expõe a solidão de cada um, retirando justamente a figura feminina de cena.

E num ritmo lento, porém que conversa muito com a realidade vivida, vemos como as ações desmedidas dos protagonistas vão piorando a situação, garantindo que continuem não aprendendo com as rejeições que recebem.

Oeste outra vez pode ser encontrado no Telecine, e você pode conferir uma crítica mais detalhada em:
Oeste Outra Vez é um faroeste sertanejo sobre solidão, honra e masculinidades frágeis

 

Como Treinar o seu Dragão

Banguela em cena de Como Treinar o Seu Dragão. Foto: Universal/Courtesy Everett Collection.

Por mais incrível que pareça, também existe espaço na lista para uma versão live-action de uma animação de sucesso. Como Treinar o seu Dragão mostra que talvez a melhor estratégia com esse tipo de remake seja não tentar reinventar o clássico.

Retornando com o mesmo diretor, Dean DeBlois, aqui temos uma versão praticamente igual ao filme original. Mas que mesmo assim funciona por trazer o principal, a essência de aventura, descoberta e amizade que a animação se destacou por apresentar.

Com boas atuações e uma direção que aumenta a escala dos momentos de ação, o filme consegue ser uma nova porta de entrada para a franquia, funcionando como uma boa alternativa para quem quer conhecer essa história.

Para saber mais, confira nossa crítica em:
Como Treinar o Seu Dragão: live-action acerta ao manter essência da animação original

 

Tempo de Guerra

Foto do elenco de Tempo de Guerra. Foto: Murray Close/A24.

Mais um filme de pai na lista. Tempo de Guerra é uma abordagem de Alex Garland (Guerra Civil, 2024), em parceria com Ray Mendoza, que recria uma missão real que o segundo viveu durante a guerra do Iraque.

Um pelotão americano é surpreendido por forças adversárias, e tem de sobreviver enquanto espera o resgate. E tudo isso é feito de uma maneira muito crua e visceral, na qual o espectador é colocado na pele dos soldados, com um trabalho impecável de som, e senso constante de perigo.

É uma experiência incrível que é incrementada com um elenco recheado de jovens estrelas, como Will Poulter, Kit Connor, Joseph Quinn, Charles Melton, Noah Centineo e Cosmo Jarvis.

Tempo de Guerra pode ser encontrado na Prime Video, e caso queira saber mais, confira em:
Tempo de Guerra: Tensão, brutalidade e realismo em filme sobre sobrevivência no campo de batalha

 

Thunderbolts*

Thunderbolts* reúne figuras coadjuvante do universo Marvel em uma missão acidental. Foto: Marvel Studios/Divulgação.

 

Temos espaço também para um filme de super-herói. Thunderbolts* foi um filme da Marvel que poucos antecipavam, por ser um filme composto por personagens coadjuvantes de obras anteriores, mas que o resultado final acabou sendo bem positivo.

Tomando como ponto central a saúde psicológica de seus protagonistas, o filme, dirigido por Jake Schreier, foge do padrão batido de adaptações de quadrinhos, criando uma história que no fundo discute a depressão e a importância de ter uma rede de apoio.

Ainda assim, é um filme que mantém muito do humor e da fórmula do estúdio. Porém, avança o universo Marvel, com uma reviravolta final surpresa, dando um bom sinal para o que está por vir para os personagens.

Thunderbolts* ainda não estreou na Disney+, mas se você quiser saber mais, confira em:
Thunderbolts*: Superpoderes não garantem imunidade à depressão

 

Pecadores

Os irmãos Fuligem e Fumaça (ambos interpretados por Michael B. Jordan) em cena de Pecadores. Foto: Divulgação.

Agora, o melhor filme do ano até aqui. Dirigido por Ryan Coogler (Pantera Negra, 2018), temos um filme bem diferente de tudo que se espera. Ambientado no Mississipi, nos anos 1930, dois irmãos gêmeos montam um bar para a comunidade negra da região.

A princípio num clima leve, com os personagens lidando com os pormenores da organização desse bar (contratação de pessoas e serviços), o filme vai tomando proporções voltadas ao terror e à ação, com uma virada de jogo muito interessante. Tudo isso como uma alegoria à história negra americana.

Com ótima direção, fotografia e atuações marcantes (com nomes como Michael B. Jordan, Miles Caton e Wunmi Mosaki), o filme celebra a cultura do blues, discutindo a sua importância tanto para a união do povo, quanto a demonização e apropriação dela, por demais povos americanos.

Pecadores é, sem dúvidas, uma experiência que merece ser sentida, e se encontra hoje na HBO Max. Para uma análise mais detalhada, confira em:
Pecadores: Ryan Coogler ousa e acerta em um ótima alegoria sobre a história negra americana

Sua opinião

Esses foram os nossos destaques positivos do semestre. Mas cinema é também experiência subjetiva: se você não gostou de algum dos filmes citados, tudo bem!

Quer discordar, apontar outros filmes ou defender seu favorito? Comenta aqui embaixo.


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Confira a análise em vídeo do filme Baby: