João Fernandes, primeiro suplente do Novo na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), passou a ocupar um cargo comissionado na Casa no último mês. Ele foi nomeado assessor do vereador Vile, do PL. A nomeação ocorre enquanto Fernandes permanece na expectativa de assumir uma cadeira na CMBH em 2027 - possibilidade que depende de uma eventual candidatura vitoriosa de algum vereador do Novo nas eleições de 2026, que vão renovar os cargos da Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados, Senado, governo estadual e Presidência.

O vereador Vile afirmou ao Aparte que Fernandes atua na área de redes sociais do seu gabinete, está "fazendo um ótimo trabalho" e o "ajuda muito" na área. O ex-candidato João Fernandes tem quase 300 mil seguidores no Instagram e diversos vídeos com centenas de milhares de visualizações.

Nas eleições de 2024, aos 23 anos, João Fernandes obteve 6.171 votos e foi uma das apostas do Novo. Ele recebeu R$ 62.750 da direção municipal e R$ 27.105,34 da direção estadual, um total de R$ 89.855,30 - o maior valor de fundo partidário entre todos os candidatos a vereador do partido em Belo Horizonte.

Durante a campanha, Fernandes optou por não adotar o tradicional “laranja” do Novo, preferindo o uso das cores verde e amarelo – uma escolha que remete à bandeira do Brasil e é amplamente associada aos candidatos do PL. Durante a candidatura, incluiu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) do seu lado em banners e santinhos, além de ter usado frequentemente a camisa da seleção brasileira. Curiosamente, os dois últimos números de seu código de urna eram “22” - o número do PL.

Vile avaliou que “Fernandes é alinhado às nossas bandeiras” e que não há conflito de interesse em tê-lo em seu gabinete, afirmando que o PL e o Novo são parceiros. Já o presidente municipal do Novo, Frederico Papatella, afirmou à coluna que o filiado o consultou antes de iniciar as atividades no gabinete de Vile e é “super leal” ao projeto do partido.

“Ele continua no Novo, só que ele precisa trilhar o caminho dele, e o pessoal do PL não é inimigo nosso. São adversários em período eleitoral, mas durante o processo todo que se dá na Câmara, a gente claramente vai caminhar mais junto do que separado”, observou.

Papatella completou dizendo que Fernandes está “pegando experiência de parlamentar”. Com a possibilidade de Fernanda Pereira Altoé e Marcela Trópia, vereadoras do Novo, se candidatarem ao cargo de deputada estadual nas eleições do ano que vem, Fernandes tem chance de assumir uma eventual vaga do partido na Câmara em 2027.

Para que isso possa acontecer, ao menos uma das vereadoras precisa ser eleita – e ele não pode ir para outra sigla. A reportagem de O TEMPO entrou em contato com João Fernandes e não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço permanece aberto.