BRASÍLIA - Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, vai passar uma audiência de custódia neste domingo (18), na Bolívia, após ter sido preso pela Polícia Federal e pelas autoridades bolivianas. Um dos líderes do PCC, ele estava foragido desde 2021 e foi detido na cidade de Santa Cruz de la Sierra.
Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Passos, o criminoso foi identificado na tarde de sexta-feira (16), enquanto tentava renovar seu documento na Bolívia a partir de um documento brasileiro falso. Logo depois, foi acionada a Interpol, que tinha o homem em sua “lista vermelha”.
A partir daí, foi acionado o escritório brasileiro da Interpol, nas instalações da Polícia Federal, que acionou a base de dados da PF e informou a polícia boliviana sobre a situação de Tuta, permitindo que fizesse sua detenção.
A audiência marcada para este domingo, com autoridades brasileiras e bolivianas, deve decidir se Tuta será expulso ou extraditado da Bolívia para o Brasil. Se houver expulsão, o processo deve se dar em poucos dias. No segundo caso, poderá levar mais tempo, pois ficaria pendente de aval de juízes dos dois países.
A expectativa é que Tuta seja levado a um presídio federal, ainda a ser definido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A questão logística ainda é discutida pela autoridades. Há a possibilidade de o criminoso ser trazido pela polícia boliviana e de a PF brasileira ir ao país vizinho buscá-lo. “Nossas equipes estão prontas para saírem de Brasília assim que tiverem a confirmação”, disse Andrei Passos.
“Quero reiterar e afirmar o compromisso com o combate ao crime organizado. E o crime organizado se combate com essas ações: a prisão de lideranças, enfrentamento ao poder econômico e fundamentalmente com integração doméstica e internacional”, afirmou o diretor-geral da PF.
Ainda segundo Andrei, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi informado na noite de sexta-feira sobre a captura do líder do PCC, assim como os ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).
No ano passado, Tuta foi condenado pela Justiça de São Paulo a mais de 12 anos de prisão, por associação criminosa e lavagem de capitais. Ele era apontado com o principal sucessor de Marcos Willians Herbas Camacho, o “Marcola”, tido como o principal líder do PCC.