BRASÍLIA - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fez uma série de ocupações, nesta quarta-feira (23/7), em prédios do Incra, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, em estados como São Paulo, Alagoas e Maranhão para cobrar do governo Lula agilidade na reforma agrária.
Vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Incra é o órgão responsável pela desapropriação e redistribuição de terras pelo país, promovendo processos de regularização fundiária.
Com o slogan “Lula, cadê a reforma agrária?”, o ato faz parte de uma semana de ações do MST em diferentes regiões. Nesta semana, já foram ocupados prédios em 20 estados.
Na última segunda-feira, o MST publicou uma carta com uma série de críticas e cobranças ao governo. O documento prega a defesa da soberania nacional, mas afirma que há uma “morosidade” no reassentamento de famílias. As cobranças se concentram no ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que tem sido alvo de críticas entre membros do movimento.
A expectativa do MST é que uma comissão do movimento seja recebida em Brasília para tratar das demandas sintetizadas na carta, que também traz cobranças ao Ministério da Educação e críticas ao Congresso Nacional. Para o movimento os recursos destinados à reforma agrária têm sido “insuficientes” e deveriam ser “prioridade política e orçamentária”.
“Desde o início deste mandato do governo Lula (PT), que se aproxima do fim do terceiro ano, o MST reivindica a regularização fundiária das 122 mil famílias que vivem em 1.250 acampamentos pelo país, medida que vem sendo feita, segundo os sem-terra, a passos de tartaruga”, diz o MST, em nova manifestação nesta quarta-feira.