BRASÍLIA - A Justiça da Itália decidiu manter a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) presa enquanto corre seu processo de extradição para o Brasil. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (28/8) ao ser analisado um pedido da defesa para que ela aguardasse o trâmite em liberdade. Assim, ela segue no complexo penitenciário de Rebibbia, em Roma.

A decisão, tomada por um colegiado de três juízes, afirma que o risco de uma eventual fuga da parlamentar está no “grau máximo” caso seja solta. O tribunal também refutou os argumentos da defesa de que ela corre risco de saúde caso permaneça na penitenciária.

Segundo os juízes, a unidade prisional garante a aplicação de “terapias farmacológicas, o monitoramento básico e especializado constante da saúde e a administração correta e consistente das terapias estabelecidas". 

O laudo médico foi apresentado em uma audiência na quarta-feira (27/8), que inicialmente ocorreria no dia 13 de agosto, mas foi adiada após Zambelli passar mal.

Na última sexta-feira (22/8), o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

Os delitos teriam sido cometidos em outubro de 2022, na véspera do segundo turno das eleições, quando ela discutiu com um apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em uma rua de um bairro nobre de São Paulo, e perseguiu o homem com arma em punho.

Os advogados de Zambelli negam que ela tenha cometido crime e alegam que a deputada tinha autorização para portar o armamento. A defesa ainda pode recorrer no processo.

Essa é a segunda condenação de Zambelli no STF neste ano. Em maio, por unanimidade, a deputada foi sentenciada com 10 anos de prisão pela invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao lado do hacker Walter Delgatti Neto.

A deputada federal licenciada está foragida desde o dia 29 de julho. Ela é alvo de um pedido de extradição assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Caberá à Justiça da Itália decidir, o que pode levar entre um ano e meio e dois anos.

O nome de Carla Zambelli também foi incluído na lista de procurados internacionais da Interpol após pedido do STF, o que equivale a um pedido de prisão.