O Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas) cobrou celeridade nas investigações sobre a morte da professora Soraya Tatiana Bomfim França, de 56 anos. O corpo dela foi encontrado com sinais de violência na manhã deste domingo (21/7), em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte — dois dias após ter desaparecido. A morte é investigada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

"Até quando nós mulheres vamos viver com medo? Exigimos investigação célere para que os responsáveis pela morte da professora Soraya sejam julgados e punidos", disse o sindicato nas redes sociais.

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O órgão que representa a categoria também prestou solidariedade aos familiares e amigos da profissional. "Neste momento de dor, o Sinpro Minas se solidariza com a família, os amigos, colegas e alunos de Soraya. Que os momentos de convivência permaneçam como boas lembranças", acrescentou.

Desaparecimento

De acordo com o boletim de ocorrência, registrado pelo filho de Soraya na noite de sábado (19/7), ele saiu de casa por volta das 20h de sexta-feira para uma viagem à Serra do Cipó. A mãe estava na sala de casa, vestida com uma camisola cinza, quando ele saiu. Na manhã do dia seguinte, ainda conforme o relato do filho, ele enviou uma mensagem para a mãe, mas ela não teria sequer recebido a mensagem. 

Apartamento vazio

Ainda segundo o documento policial, o filho da professora pediu que uma tia, que mora no mesmo prédio, fosse até o apartamento. Ele solicitou que um chaveiro abrisse o imóvel para que sua tia tivesse acesso, mas não foi encontrado nenhum vestígio da mulher. Diante da situação, o rapaz teria voltado para casa, onde encontrou o lugar sem sinais de alteração ou arrombamento. O carro de Soraya também estava na garagem do prédio.

Buscas em hospitais

O filho, junto do pai, iniciou uma série de visitas a hospitais da capital e ao Instituto Médico Legal (IML), além de contatos com amigas para tentar descobrir o paradeiro da professora. Sem informações, ele também tentou acessar câmeras de segurança da rua onde mora com a mãe e o notebook da mulher, mas não conseguiu obter nenhuma evidência sobre sua localização.

Corpo encontrado em Vespasiano

O corpo da educadora foi encontrado neste domingo (20/7) sob um viaduto, na avenida Adélia Issa, no bairro Conjunto Caieiras, em Vespasiano, na Região Metropolitana. Ele estava parcialmente coberto por um lençol, e a vítima vestia somente a parte de cima da roupa — uma blusa cinza. A perícia constatou marcas de queimaduras nas partes internas das coxas e manchas de sangue, possivelmente relacionadas a violência sexual.

Investigação

A Polícia Civil encaminhou o corpo da mulher para o IML, onde passou por exames e foi liberado aos familiares. A PCMG agora aguarda a conclusão de laudos periciais que irão atestar as circunstâncias e a causa da morte. "A investigação está em andamento, e outras informações podem ser divulgadas à medida que os procedimentos policiais avançam.", informou em nota.

Escola onde trabalhava

O Colégio Santa Marcelina, situado na região da Pampulha, local onde trabalhava, lamentou a morte da professora nas redes sociais. "Toda a comunidade educativa da Rede Santa Marcelina se une em oração e solidariedade à sua família, colegas e estudantes neste momento de dor. Rogamos a Deus que a acolha com amor e misericórdia, e que conforte todos os que choram sua partida. Sua memória permanecerá viva entre nós", escreveu a instituição de ensino em suas redes sociais. 

Homenagens

Nas redes sociais, inúmeros relatos de pais e alunos a descrevem a professora como amiga, profissional excelente e alguém que atuava além do ensino, trazendo mensagens de carinho e incentivo aos estudantes. Uma mãe afirmou que o legado deixado por Soraya era visível na forma como os filhos mencionavam ela em casa. "Através dos olhares, atitudes e palavras de nossos filhos, reconhecemos aquele professor que é muito mais do que um educador, um ser iluminado, que se preocupa com os alunos além do conteúdo didático", lamentou.

Velório

O corpo da professora foi liberado do Instituto Médico Legal (IML), e será velado nesta segunda-feira (21/7). A cerimônia está marcada para às 17h30, no Cerimonial Santa Casa BH, no bairro Santa Efigênia, na região Leste de Belo Horizonte. O sepultamento está previsto para às 9h30 desta terça-feira (22/7), no Cemitério da Paz, na região Noroeste da capital.