BRASÍLIA - O protesto de parlamentares bolsonaristas pela anistia contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, na última terça-feira (5/8), não foi a primeira vez que a Mesa do plenário do Senado foi ocupada pela oposição com o objetivo de obstruir os trabalhos da Casa.
A primeira vez em que isso aconteceu foi em julho de 2017, durante o governo de Michel Temer, que tinha como uma de suas principais pautas a reforma trabalhista. Já aprovada pela Câmara dos Deputados, o projeto avançava no Senado e estava pronto para a votação.
A oposição, formada pelos partidos de esquerda, não aceitava o texto da forma como estava e, em protesto, senadoras ocuparam a Mesa para impedir a sessão. Entre elas, Gleisi Hoffmann (PT-PR), hoje ministra da articulação política do governo Lula; Fátima Bezerra (PT-RN), atual governadora do Rio Grande do Norte; e Kátia Abreu (PMDB-TO).
Diante da recusa das senadoras de deixarem o local, o então presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), mandou apagar todas as luzes do plenário, assim como fez o atual presidente, Davi Alcolumbre (União-AP), com o ato dos bolsonaristas. Ainda assim, elas se revezaram na Mesa, almoçaram por lá e passaram o restante do dia no plenário.
A mobilização, na prática, surtiu pouco efeito. A reforma trabalhista foi aprovada pelo Senado e sancionada por Michel Temer, sem grandes alterações no texto de autoria do então deputado e hoje senador Rogério Marinho (PL-RN), hoje líder da oposição ao governo Lula no Senado.