A vereadora Flávia Borja (PP) e o presidente da Câmara de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido), gravaram um vídeo juntos na noite desta quinta-feira (13/7). Nas imagens, Gabriel se desculpa mais uma vez com a parlamentar, que disse aceitar suas desculpas e que o assunto está encerrado.

A confusão entre os dois começou após ela ser acusada de “ter preço na testa” e ser “falsa cristã” ao recuar de apresentar o relatório alternativo ao do relator da CPI da Pampulha, Braulio Lara (Novo). As pazes seladas foram vistas por muitos como uma trégua para que a pauta da Casa pudesse ser liberada. 

Com isso, a expectativa é que nesta sexta-feira (14/7) seja votado o veto à proibição da linguagem neutra, assim como os demais projetos na pauta. O que não deve ser analisado é o veto de Fuad às emendas sobre o transporte suplementar, uma vez que Irlan Melo (Patriota) deve pedir retirada de pauta na busca por um acordo com o prefeito. 

“Por tudo que aconteceu, pelas ofensas que foram ditas, vou repetir o que eu já disse: é uma escolha. A vida é feita de escolhas. Eu escolho encerrar esse assunto. Eu escolho caminhar pelo bem de Belo Horizonte. Eu escolho te perdoar como já o fiz. Vai ser uma escolha diária, porque as emoções vem, mas vamos para frente, porque só quem ganha é o nosso trabalho e a cidade”, declarou a vereadora no vídeo conjunto enviado à imprensa. 

Gabriel Azevedo, por sua vez, explicou que a Lagoa da Pampulha é uma pauta “cara” para ele, mas, mais uma vez, admitiu que extrapolou no tom usado contra a vereadora e reiterou o pedido de desculpas.

“Eu peço mais uma vez desculpas, porque alguém que respeita à política e respeita a democracia, sabe que a política e a democracia não são feitas de pessoas perfeitas, precisa ter a hombridade de vir aqui e te pedir perdão”, disse o vereador que aproveitou para agradecê-la pelo voto que ele recebeu dela na eleição da Mesa Diretora. 

Entenda

A sessão desta quinta-feira na Câmara foi interrompida após um longo discurso de Flávia direcionado a Gabriel. A vereadora questionou quanto o colega a pagou por seu voto na eleição que o elegeu presidente da Casa – já que ele insinuou que ela foi comprada pela prefeitura – e disse que “esses comportamentos de desequilíbrio emocional, rompantes e ataques de ira precisam acabar. Chega de disseminação do medo nessa Casa, de ódio, de autoritarismo absolutista”. 

Encontro com ex-presidente no estacionamento

O clima na Câmara Municipal de Belo Horizonte ficou pesado ao longo de toda quinta-feira, após as declarações feitas pelo presidente Gabriel Azevedo contra a vereadora Flávia Borja. Pela manhã, a deputada federal, e ex-presidente da Casa, Nely Aquino (Podemos), que apoiou a eleição de Gabriel como seu sucessor, esteve na sede do Legislativo para tratar sobre o assunto com o seu grupo político, que é o mesmo o da vereadora Flávia Borja. 

A deputada acabou encontrando Azevedo, no estacionamento da Casa, e tiveram  uma longa conversa no local, conforme interlocutores contaram. No entanto, esse não era o desejo de Nely, que havia dito a aliados que não queria encontrar Azevedo. 

O teor da conversa não foi divulgado, mas pessoas que viram de longe relataram tensão e um clima pesado entre os dois. 

A deputada foi procurada pela reportagem para comentar o encontro, no entanto, ela não respondeu às mensagens.

Já o presidente da Câmara confirmou o encontro e disse que eles conversam com frequência. "Eu e Nely no econtramos e foi muito bom", declarou sem revelar o teor da conversa.