De olho na possibilidade de ser reconduzido ao posto de chefe do Ministério Público da União, o procurador-geral da República, Augusto Aras, enfatizou ter trabalhado para "enfrentar e desestruturar as bases do lavajatismo". A publicação feita nas redes sociais se deu ao compartilhar um artigo de um site de notícias de esquerda, o que reforça a tentativa de aproximação do núcleo do governo.
O mandato de Augusto Aras vai até setembro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal alvo da Lava Jato, é o responsável pela escolha do sucessor. Ele já avisou que, ao contrário das ocasiões anteriores, não vai necessariamente escolher um dos três indicados pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). O chefe do Executivo pode escolher livremente um nome dentro da carreira do MP. Por causa disso, diversos nomes são cogitados, inclusive o do próprio Aras, muito criticado pelos petistas em razão de uma postura pouco dura com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o último governo.
Agora, nos bastidores Aras trabalha para reduzir essa resistência. Nesse sentido, usa as ações contra a Lava Jato como argumento. "Resta saber se todos eles terão a disposição que o procurador-geral demonstrou nesses 4 anos, para enfrentar e desestruturar as bases do lavajatismo enquanto recebia ao revés uma chuva de projéteis traçantes iluminados por um jornalismo alimentado pelo denuncismo atroz e acrítico", disse ele, em terceira pessoa, nas redes sociais.
Hoje, o favorito para a vaga é o subprocurador-geral eleitoral Paulo Gonet Branco, autor de um voto duro contra Bolsonaro na ação que levou à inelegibilidade do ex-presidente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O também procurador Antônio Carlos Bigonha aparece bem cotado também. Outros citados são Carlos Frederico dos Santos e Humberto Jacques de Medeiros. Já os escolhidos pela ANPR têm poucas chances. São eles: Luiza Frischeisein, Mário Bonsaglia e Luiz Adonis.