BRASÍLIA - A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não viu novidades na sustentação oral das alegações finais do procurador-geral da República, Paulo Gonet, nesta terça-feira (2/9). Ao lado de sete outros réus, Bolsonaro é acusado de suposta tentativa de golpe de Estado.
Logo após a suspensão do julgamento, o advogado Paulo Bueno afirmou que as alegações finais de Gonet são a “repetição do que está colocado no papel”. “Nada de excepcional”, acrescentou Bueno, depois de deixar a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
O advogado se limitou a dizer que a defesa de Bolsonaro rebaterá todos os pontos das alegações finais de Gonet. “Invariavelmente vocês devem ter visto que as nossas alegações finais são extensas e rebatem todos os pontos”, pontuou Bueno.
Ele ainda reiterou que Bolsonaro não pediu autorização ao ministro Alexandre de Moraes para vir ao julgamento em razão de sua saúde, que está “debilitada”. “Ele não tem obrigação de vir ao julgamento. (...) (São) muitas horas. Com a condição de saúde dele não é recomendável”, argumentou Bueno.
Ao contrário de Bueno, o outro advogado de defesa de Bolsonaro, Celso Vilardi, preferiu se manifestar apenas no fim do dia. “Vamos esperar, vamos esperar. Depois eu falo com vocês”, pediu o advogado à imprensa depois de deixar a Primeira Turma durante o intervalo.
A sustentação oral da defesa de Bolsonaro está prevista para esta quarta (3/9), segundo dia de julgamento. A ordem de fala dos advogados dos réus seguirá a ordem alfabética, exceção feita à do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que, enquanto delator, abrirá a fila quando a sessão for retomada.
Após Cid, terão direito a uma hora de sustentação as defesas do deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres e do ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno.