BRASÍLIA - A família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou nesta terça-feira (2/9) contra o julgamento que começou na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e tem como alvo Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado.
O julgamento em curso teve origem em um inquérito da Polícia Federal, que investigou, por quase dois anos, articulações de autoridades e militares que manteriam Bolsonaro no poder.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos em busca de retaliação do governo de Donald Trump contra o Brasil, afirmou que, para haver condenação, é necessário existir nexo causal, ou seja, a ligação entre uma ação e o resultado que ela provoca.
“Para a condenação de qualquer crime, ainda que julgado por um tribunal de exceção, faz-se necessário o nexo causal. A acusação da PGR é de um golpe de Estado. O que conecta Jair Bolsonaro ao 8 de janeiro? Nada. Absolutamente nada. É impossível que o 8 de janeiro resultasse em um golpe”, declarou Eduardo.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a defender a anistia e disse que o pai gostaria de comparecer ao julgamento, mas não pôde. “Ele queria, mas não está com saúde no momento para ficar bancando dez horas assistindo aquele teatro de Moraes, com tudo já programado e manipulado”.
O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) falou em “perseguição” e declarou que Jair Bolsonaro é uma “inspiração” para os brasileiros. “Sua coragem diante das injustiças, sua firmeza mesmo diante da perseguição e seu amor incondicional por esta nação são exemplos que ecoam em cada um de nós”, afirmou.
Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro publicou, nas redes sociais, uma passagem bíblica, sem citar diretamente o julgamento. “Porque o Senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração”, diz o versículo compartilhado por Michelle.
Anistia
Líderes da oposição na Câmara, grupo aliado de Bolsonaro, também endossaram críticas ao julgamento e afirmaram que vão aumentar a pressão no Congresso para levar ao plenário a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro.
O líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco (PL-RS), afirmou que o perdão será a “pauta principal” do grupo. Os líderes se reunirão com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda nesta terça-feira.