BRASÍLIA - A Câmara dos Deputados determinou que entre a próxima terça (8/9) e sexta-feira (12/9), as sessões de votação vão ocorrer de forma semipresencial. Assim, os parlamentares não precisarão estar no plenário, tendo a possibilidade de registrar presença e votar pelo celular.

A liberação acontece no que será a semana decisiva do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados na ação penal da suposta trama golpista, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A sentença dos réus deve ser conhecida até a próxima sexta-feira.

Desde o início do julgamento, na última terça-feira (2/9), a Câmara tem se debruçado apenas sobre projetos de lei consensuais. A pauta da próxima semana ainda não foi divulgada pela Mesa Diretora, mas a tendência é que ocorra o mesmo.

Enquanto isso, crescem as articulações da oposição em torno do projeto que anistia os envolvidos no 8 de janeiro, que pode beneficiar Jair Bolsonaro e seus aliados. Antes tida como praticamente enterrada, a pauta tomou volume com a proximidade do julgamento do ex-presidente e com o engajamento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nas articulações.

Hoje, os principais partidos do Centrão, como União Brasil, PP e Republicanos, apoiam uma proposta que contemple Bolsonaro. A expectativa dos parlamentares é que o tema possa ir ao plenário após a conclusão do julgamento no STF. Antes arredio à anistia, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), admite o aumento das pressões.

Porém, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), mantém a posição de não colocar o texto em votação caso seja aprovado pelos deputados. Aliado de Lula, o senador negocia por uma versão moderada, que apenas reduza as penas dos condenados. A ideia, porém, não agrada aos bolsonaristas.